O dólar volta a rondar a estabilidade, com viés de queda de 0,20%, a R$ 5,23 há pouco, após registrar mínima a R$ 5,2273 (-0,66%) no mercado à vista.
O responsável pela área de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagem, afirma que o dólar hoje volta a ensaiar uma recuperação, depois de ter cedido mais de 2% ontem, içado pela tendência de valorização da moeda norte-americana no exterior.
Mas fatores internos pesam também, observa Nagem. “A inflação anual no País já está em dois dígitos em quatro capitais pesquisadas pelo IBGE, mas o BC pode não ser tão agressivo no aperto da Selic como o mercado espera”, avalia. “Se a percepção de inflação for além de 10%, o BC pode ter de aumentar o ritmo de alta da Selic, mas não muito”, aposta.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que mede a prévia da inflação oficial, registrou alta de preços de 0,89% em agosto. A taxa é superior ao 0,72% de julho deste ano e ao 0,23% de agosto do ano passado. Esta é a maior variação para um mês de agosto desde 2002 (1%).
O IPCA-15 acumula taxas de inflação de 5,81% no ano e de 9,30% em 12 meses, segundo dados divulgados hoje (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na prévia de agosto, o principal impacto para a inflação veio do grupo de despesas habitação, que registrou alta de preços de 1,97%, influenciada pela energia elétrica, cujo custo subiu 5%.
Em agosto, o BC aumentou o passo para 1 ponto de alta da Selic, a 5,25% ao ano. “O cenário local não é bom, a inflação é galopante, a crise política é grande e há muita incerteza no campo fiscal”, resume. “Ninguém sabe, nem no governo, qual será a fonte de custeio para bancar o aumento do benefício do Bolsa Família, uma vez que usar dinheiro de precatórios para essa finalidade, conforme previsto na PEC dos precatórios enviada pelo governo à Câmara, seria inconstitucional, relata.
As reformas tributária e administrativa também seguem paradas no Congresso, lembra Nagem.
Última cotação do dólar
Na última sessão, terça-feira (24), o dólar encerrou o pregão em forte de queda 2,23%, negociado a R$ 5,26.
(Com informações do Estadão Conteúdo)
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