Em dia mais ameno no cenário doméstico, o dólar hoje encerrou a sessão em queda de 0,39%, cotado a R$ 5,42, com o mercado ainda atento aos ruídos políticos e à situação fiscal do País.
O dólar seguiu a tendência de baixa da última terça-feira (23) depois da moeda americana disparar no início da semana, impulsionada pela interferência do presidente Jair Bolsonaro na gestão da Petrobras (PETR4) e pelo vai-não-vai da extensão do auxílio emergencial no Congresso.
Alexandre Espirito Santo, economista-chefe da Órama, o noticiário envolvendo a estatal petrolífera não pegou bem no mercado. “É claro que precisamos entender melhor o que vai ocorrer, pois a empresa tem mecanismos de proteção contra eventuais prejuízos por “subsídios” causados por preços artificialmente praticados. De toda forma, os investidores internacionais são muito refratários a essas ingerências políticas, especialmente num momento em que as práticas ESG [Environmental, Social and Corporate Governance] estão em evidência”, ponderou o especialista.
Em relação ao auxílio emergencial, havia uma previsão de ser discutida nesta quinta-feira (25). A tendência, segundo o Alexandre Espirito Santo, é de que a votação seja adiada para semana que vem. “Ademais, o país está sem orçamento de 2021. Existem muitas incertezas que acabam deixando os investidores muito inseguros”, salientou.
Segundo a equipe de Macro Research do BTG Pactual (BPAC11), a mudança é advinda da tensão no Senado quanto a uma trecho da proposta que acaba com o mínimo constitucional para investir em saúde e educação.
Uma proposta elaborada pelo Centro de Liderança Pública (CLP) para o retorno do programa prevê contemplar até 95 milhões de pessoas a um custo mensal de R$ 8 bilhões (uma redução de 65% em relação ao benefício pago no ano passado), evitando que esses brasileiros fiquem desamparados durante a pandemia do novo coronavírus e com um comprometimento menor das contas públicas.
Juros e inflação
Ainda nesta quarta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística informou que o IPCA-15, uma prévia da inflação oficial do país, desacelerou para 0,48% em fevereiro. Em 12 meses, acumula alta de 4,57%, superior à meta central do governo, de 3,75%.
Hoje, o Tesouro Nacional também divulgou que fechou o mês de janeiro com R$ 805,68 bilhões no chamado “colchão da dívida”, a reserva de liquidez feita para honrar compromissos com investidores que compram os títulos brasileiros. O valor observado em janeiro é 8,58% menor em termos nominais que os R$ 881,28 bilhões que estavam na reserva em dezembro. Por outro lado, o montante é 8,84% maior que o observado em janeiro de 2020 (R$ 740,23 bilhões).
De acordo com dados do órgão, o estoque da Dívida Pública Federal (DPF) cresceu 0,99% em janeiro e fechou o mês em R$ 5,059 trilhões. No fim de dezembro, o estoque estava em R$ 5,009 trilhões.
Última cotação do dólar
Na última sessão, terça-feira (23), o dólar encerrou em pregão em queda de 0,215%, a R$ 5,4422.
(Com informações do Estadão Conteúdo)