Dólar recua 1,46%, a R$ 5,79, mas riscos políticos seguem pressionando

O dólar recua nesta terça-feira (9), após forte alta na véspera com as notícias sobre a anulação das condenações do ex-presidente Lula.

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Por volta das 15h20, o dólar despencava a 1,47%, negociado a R$ 5,7907. O mercado recupera a disparada de ontem, mas permanece pressionado com os riscos políticos do Brasil aumentando rapidamente nos primeiros meses do ano.

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Na segunda-feira (8), o Ibovespa despencou 3,98%, a 110.611,58 pontos. Por sua vez, a moeda norte-americana disparou 1,669%, encerrando o pregão a R$ 5,77. No início do dia de hoje, o dólar chegou a ser cotado a R$ 5,87, próximo da casa dos R$ 5,90.

A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin de anular todos os processos contra o ex-presidente Lula no âmbito da operação Lava Jato devolve ao petista os direitos políticos, tirando-o do escopo da Lei de Ficha Limpa.

Com possível eleição de Lula em 2022, os investidores temem uma guinada ainda maior do governo atual ao populismo e consequentemente o abandono da agenda liberal e do compromisso com a saúde fiscal do país para angariar votos.

“O mercado passou, dessa maneira, a precificar um cenário de maior polarização nas eleições de 2022. Assim sendo, o risco de medidas e de discursos populistas pelos candidatos pode aumentar daqui até a chegada das eleições no segundo semestre de 2022”, apontou a XP Investimentos em seu relatório.

Apesar da queda do dólar, na análise do responsável pela Mesa de Câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagem, a moeda permanece pressionada e com nenhuma expectativa de alívio no médio prazo.

“A pressão do dólar continua porque não tem nenhum fato novo na economia para o dólar ceder, não tem aprovação de pacotes e nenhuma evolução na economia, mas tem uma pandemia intensa, vacinação lenta e alto número de óbitos”, apontou Nagem.

Para o responsável pela mesa de câmbio, o dólar tem uma tendência de alta a médio prazo, com previsão de R$ 5,90, podendo romper a barreira e alcançar os R$ 6,00.

Por outro lado, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial — também responsável pela disparada da moeda ontem — traz um alívio aos investidores. O relator da PEC da Câmara, deputado Daniel Freitas, deve manter o projeto da mesma forma com que veio do Senado, sem as mudanças de desidratação sugeridas por Bolsonaro.

Queda das Treasuries e avanço das bolsas dos EUA

Apesar do cenário interno ter diversas movimentações, o cenário externo está tranquilo nesta terça-feira. Os índices acionários norte-americanos avançam puxados pelas empresas de tecnologia, enquanto o rendimento das Treasuries de 10 anos recua.

As empresas de tecnologia foram as mais impactadas pela disparada das Treasuries nas últimas semanas. O mercado precifica uma alta da inflação, o que faria com que o Federal Reserve (Fed) possa elevar a taxa de juros referencial antes do esperado.

Outro aspecto que ajuda a recuperação, e que foi um dos grandes catalisadores da recuperação dos mercados desde o início da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), é o novo pacote de estímulos aprovado pelo Congresso norte-americano. O montante de US$ 1,9 trilhão proposto pelo presidente Joe Biden deve ser colocado em prática nas próximas semanas.

Após a queda na última segunda, a Nasdaq sobe 3,45%, superando os 13 mil pontos. O S&P 500, por sua vez, sobe 1,85% próximo dos 4 mil pontos, após a leve queda no rendimento das Treasuries.

Última cotação do dólar

No último pregão, segunda-feira (8), o dólar encerrou em alta de 1,669%, negociado a R$ 5,77.

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Poliana Santos

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