O dólar recua nesta tarde no mercado à vista com uma realização de lucros induzida pela desvalorização no exterior ante pares emergentes do real e ligados a commodities, após acumular ganhos de mais de 4% no mercado local em maio até ontem.
Às 14h53, o dólar à vista tinha viés de baixa de 0,81%, a R$ 5,11. O dólar futuro para junho caía 0,20%, a R$ 5,18.
Os investidores ajustam posições considerando ainda a baixa dos juros dos Treasuries e do petróleo em meio a pano de fundo de cautela persistente com a política monetária mais agressiva do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) para combater a inflação elevada nos EUA.
A ata da mais recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada mais cedo, reforça a sinalização de “extensão do ciclo, com um ajuste menor” em junho. Na semana passada o comitê do Banco Central elevou a Selic de 11,75% para 12,75% ao ano.
Os dados de varejo restrito e ampliado no País vieram fortes, porém, seguem abaixo ainda dos picos alcançados, respectivamente, em outubro de 2020 e agosto de 2012.
Também seguem no radar dos investidores os riscos de desaceleração da economia americana e mundial por causa da continuidade da guerra entre Rússia e Ucrânia e da ampliação do confinamento em Xangai, na China, por causa da política de covid zero no país, que apoiam incertezas sobre a atividade econômica e demanda por commodities, como petróleo, metais e produtos agrícolas.
“A guerra segue seu curso, a China se isola cada vez mais em lockdown e as commodities e o ‘fantasma da recessão’ por aí. Para piorar, um novo choque de petróleo acontece, já que o óleo diesel teve reajuste de 8,8% e a gasolina, em defasagem de 19%, deve ser o próximo”, informou o relatório da Mirae Asset.
Em véspera do indicador de inflação CPI dos EUA e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no Brasil, o rumo dos ativos locais deve depender ainda do tom dos discursos de seis dirigentes do Federal Reserve ao longo do dia em relação aos próximos passos do Fed no aperto de juros e para redução do seu balanço patrimonial.
Mais cedo, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu 0,23% na primeira prévia de maio, após alta de 1,88% na mesma leitura de abril. Todos os componentes do índice arrefeceram no período.
Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 1,33% na primeira quadrissemana de maio, desacelerando em relação ao ganho de 1,62% verificado em abril, segundo dados publicados hoje pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Última cotação do dólar
Na última sessão, segunda-feira (9), o dólar encerrou o pregão em forte alta de 1,59%, negociada a R$ 5,15.
(Com informações do Estadão Conteúdo)