Na esteira dos aumento nas taxas dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos (Treasuries), o dólar hoje encerrou o pregão em nova alta, de 1,66%, ultrapassando a barreira dos R$ 5,60.
No âmbito externo, os investidores acompanharam o crescimento dos rendimentos das notas do Tesouro americano. O movimento alimenta a aversão ao risco do mercado e a fuga dos emergentes, o que leva o dólar a subir ante ao real.
Marcos Weigt, head de Tesouraria do Travelex Bank, explicou que a alta dos Treasuries se deve à atuação “super dovish” do Federal Reserve (Fed), em meio a uma abundância de liquidez no país e a temores de inflação.
A taxa dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos de referência de 10 anos mantiveram o terreno conquistado nos últimos dias, perto das máximas de um ano.
A valorização das notas contribuíram para a alta do dólar em relação a divisas emergentes, incluindo o real brasileiro. No acumulado semana, a moeda americana ganhou 4,09%.
Mudança de atuação do Banco Central
De acordo com Marcos Weigt, o principal da semana foi a mudança de atuação do Banco Central (BC).
A autoridade monetária entrou novamente no mercado hoje para realizar um leilão de venda de moeda spot para tentar barrar a valorização do dólar. O BC já tinha feito um leilão na última quinta-feira (25).
“Agora, ele [o Banco Central] não está esperando a volatilidade ser maior que a dos pares”, como o rublo russo e o peso mexicano, que caem hoje também, salientou Weigt.
Para o especialista, a mudança de atuação se deve principalmente para não deixar a alta do câmbio chegar tocar ainda mais na inflação do Brasil. “Uma hora isso chega do IPCA [Índice de Preços ao Consumidor Amplo]“, afirmou o head de Tesouraria do Travelex Bank.
Última cotação do dólar
Na última sessão, quinta-feira (25), o dólar encerrou o pregão em alta de 1,72%, negociado a R$ 5,51.