O dólar encerrou em queda de 0,938% a R$ 3,9174, nesta quinta-feira (28) na B3 (Brasil, Bolsa Balcão). A mínima do dia foi R$ 3,9063, enquanto a máxima encosta nos R$ 4.
O movimento do dólar foi encabeçado pela aparente trégua no cenário político. A crise, protagonizada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), parecer ter sido amenizada.
Assim, a trégua visa confortar um mercado cauteloso com as dificuldades de articulação na aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da reforma da Previdência.
Nesta sessão, o Banco Central (BC) realizou dois leilões:
- de US$ 1 bilhão, em operação de venda de moeda, com compromisso de recompra. A medida é parte da estratégia para amenizar a pressão no dólar, já que a moeda é injetada no mercado. Com a maior oferta do dólar, a moeda tende a cair.
- O BC também fez leilão de 14,43 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de abril, no total de US$ 12,321 bilhões.
Reforma da Previdência
O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse nesta data que a crise política que protagonizou com Rodrigo Maia é página virada.
“Página virada, um abraço, Rodrigo Maia. O Brasil está acima de todos. Acontece, é uma chuva de verão”, afirmou Bolsonaro.
“Outros problemas acontecerão, com toda a certeza. Mas, pode ter certeza, na minha cabeça e na dele, o Brasil acima de tudo e Deus acima de todos“, acrescentou.
Além disso, Rodrigo Maia recebeu o ministro da Economia, Paulo Guedes, para um almoço, com a presença de outros deputados. O objetivo da reunião era apaziguar o clima de tensão entorno da PEC da reforma da Previdência, que assustou o mercado nesta semana.
Paulo Guedes e sua interpretação da crise política
Após sair do almoço, Paulo Guedes declarou à Imprensa que:
“Estou muito confiante de que os poderes independentes estão harmonicamente buscando o aperfeiçoamento institucional do Brasil. Existem uns ruídos de comunicação. Houve muito combate durante a campanha, e esse barulho vai diminuir. O exercício das próprias funções [de cada poder] daqui para a frente vai fazendo com que se tenha uma convergência, uma harmonização. Eu acho que isso é natural. O barulho está um pouco acima, exatamente porque houve esse choque inicial. Mas eu tenho sido testemunha de que todos estão empenhados
[…] Eu acredito muito que os principais poderes, apesar dessa coisa que dá muita notícia, dá barulho, esses ruídos, sabem a importância do desempenho de cada um, do seu papel institucional”, afirmou o ministro da Economia.
Banco Central reduz previsão PIB
O Banco Central reduziu a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional em 2019. De acordo com os dados divulgados pela instituição nesta quinta-feira (28), a nova previsão é de uma expansão de 2% e não mais 2,4%.
Conforme os Banco Central, a redução da estimativa de alta do PIB aconteceu por conta dos desdobramentos da tragédia de Brumadinho, que vai prejudicar a produção da indústria do minério de ferro. Além disso, outros pontos citados para tal prospectiva é a redução das estimativas sobre a safra agrícola e também o ritmo lento de recuperação da economia nacional.
Saiba mais – PIB: Banco Central reduz previsão de crescimento da economia para 2019
Presidente do BC fala de spread e juros bancários
O novo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, declarou nesta quinta (28) a instituição vai trabalhar fortemente para reduzir o spread bancário.
“Quando olhamos o spread bancário, não estamos contentes. Achamos que o spread bancário é alto, estamos trabalhando para reduzi-lo […] Estamos trabalhando fortemente nisso. Há vários projetos, há uma agenda inteira de fintechs com várias medidas de regulamentação”, declarou o presidente do BC.
Saiba mais – Novo presidente do BC diz que vai trabalhar ‘fortemente’ para reduzir spread
Leilão de Ferrovia Norte-Sul
A Rumo Logística (RAIL3), companhia ferroviária e de logística brasileira pertencente ao Grupo Cosan (CSAN3), venceu nesta quinta-feira (28) o leilão do trecho de 1,5 mil quilômetros da Ferrovia Norte-Sul.
Contudo, o evento, que ocorreu na sede da B3, não foi “tranquilo” e obteve pedido de liminar contra o leilão, negado, minutos antes. O pedido havia sido feito por:
- Carlos Lupi, presidente nacional do PDT;
- e pela senadora Kátia Abreu (PDT).
O PDT argumentou em sua ação que, segundo informações obtidas com a estatal Valec, o valor efetivo de concessão seria hoje de R$ 6,5 bilhões. Enquanto o lance mínimo foi é de R$ 1,35 bilhão.
Contudo, a Valec afirmou que o cálculo oficial dos valores não compete a ela. Mas sim à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Além disso, a maior crítica ao leilão é que o edital publicado, em novembro, não incluía regras exigindo o uso múltiplo da ferrovia por diferentes empresas, o “direito de passagem”.
Com a ausência do direito, algumas empresas poderiam ser favorecidas no leilão, segundo os críticos apurados pelo “UOL”. As companhias favorecidas seriam aquelas que já possuem os demais trechos da Ferrovia Norte-Sul.
A expectativa do mercado é que a ferrovia torne-se o principal meio de escoamento da produção agrícola do País.
Saiba mais – Apesar de controvérsias, Rumo vence leilão de trecho da Ferrovia Norte-Sul
IGP-M sobe em março
O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), usado para correção de contratos como os de aluguel de imóveis, acelerou e subiu para 1,26% em março, contra um avanço de 0,88% em fevereiro. Os dados foram divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), nesta quinta-feira (28).
Saiba mais – IGP-M: ‘Inflação do aluguel’ acelera de fevereiro para março, diz FGV
PIB dos EUA sobe abaixo do esperado
O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu de 2,2% no quarto trimestre de 2018. Os dados anualizados foram divulgados nesta quinta-feira (28) pelo Departamento do Comércio.
A informação revisou os dados sobre PIB dos Estados Unidos divulgados no mês passado. Com isso, o crescimento da economia norte-americana no 4º trimestre acabou levemente abaixo do previsto pelos analistas, que indicavam um crescimento de 2,3%.
Saiba mais – Tesouro estima que carga tributária subiu para 33,58% do PIB em 2018
Última cotação
O dólar fechou a sessão da quarta-feira (26) com alta de 2,273% e a moeda encerrou a R$ 3,9545 na venda.