O dólar permanece em queda na tarde desta segunda-feira (5) seguindo o bom humor dos mercados acionários internacionais.
Por volta das 15h30, o dólar tinha queda de 0,71%, negociado a R$ 5,66. Os mercados, assim como Ibovespa que tem alta de mais de 1%, reagem com animação os dados fortes de emprego nos Estados Unidos.
O Departamento do Trabalho dos EUA informou na última sexta-feira (2) que foram criados 916 mil postos de trabalho no mês passado, maior ganho desde agosto de 2020 e bem acima das expectativas de economistas de 647 mil. A taxa de desemprego recuou de 6,2% para 6%.
Os dados sobre empregos auxiliam os mercados a projetarem números melhores para a inflação e crescimento econômico dos EUA diante da crise sanitária. Outro fator que anima os mercados é que além da recuperação econômica, os EUA vacinaram em média 3 milhões de pessoas por dia na última semana.
“O resultado cria expectativas positivas para a atividade norte-americana, mas também para a inflação, movimentando mais uma vez os juros das Treasuries (títulos do Tesouro dos EUA)”, analisou a economista-chefe da Consulenza, Helena Veronese.
No Brasil, foco do investidor está no Orçamento 2021
O jornal Folha de S.Paulo publicou na semana passada que o governo de Jair Bolsonaro poderá sofrer uma nova debandada, mas desta vez de membros da equipe econômica liderada pelo ministro Paulo Guedes.
A própria equipe econômica vê risco de o governo cometer crime de responsabilidade se a Lei Orçamentária for sancionada da forma como foi aprovado pelo Congresso. Fontes de membros do Ministério da Economia disseram ao jornal que formalizar o Orçamento no desenho atual poderia significar uma condenação pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Com isso, na análise dos auxiliares de Bolsonaro há risco dele ser impedido de disputar a reeleição, caso as contas deste ano do governo forem reprovadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
A Lei complementar 64, de 1990, diz que aqueles que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente, ficam inelegíveis para as eleições que se realizarem nos oito anos seguintes, contados a partir da data da decisão.
Última cotação do dólar
Na última sessão, quinta-feira (1), o dólar encerrou o pregão em alta de 1,54%, negociado a R$ 5,71.