Dólar fecha em queda de 0,53%, negociado a R$ 5,32
O dólar encerrou o pregão desta segunda-feira (24) em queda de 0,53%, negociado a R$ 5,325.
No primeiro pregão da semana, o dólar fechou em queda com o mercado atento aos Estados Unidos com a proposta da taxação mundial mínima de 15% para multinacionais e o avanço da vacinação contra a covid-19 que impacta a cotação do petróleo hoje.
O governo dos EUA propôs a seus parceiros da Organização para a Cooperação de Desenvolvimento Econômico (OCDE) uma taxa mínima de 15% sobre receita corporativa das multinacionais em todo o mundo.
De acordo com Simone Pasianotto, economista-chefe da Reag Investimentos, “a valorização do Real e de outras moedas frente ao dólar nesta segunda-feira reflete em grande parte correção dos preços de commodities no mercado internacional e marginalmente a alta dos juros futuros (com ponderação de riscos ante a estabilização da dívida pública/PIB), interrompendo o tom de preocupação em relação à inflação nos EUA que pautaram os ânimos dos mercados globais na semana passada”.
Apesar da melhora nos humores hoje, ainda é bastante cedo para afirmar que a trajetória rumo aos R$ 5,40 será rápida e a economista afirma ainda que tem muitas dúvidas do quão resiliente será a volta para os R$ 5,30.
“Acreditamos que nesta semana o câmbio deva acompanhar o cenário externo, ainda instável e comportamentos mistos em relação à moeda local, muito por conta de vetores domésticos inerente à condução da pandemia, da questão fiscal e em relação às reformas”.
Além disso, veja outras notícias importantes do dia:
- Dólar para 2021 permanece em R$ 5,30, aponta Focus
- QE será reavaliado se pressões inflacionárias ficarem generalizadas, diz BoE
- China fala em ‘especulação excessiva’ com commodities e derruba minério de ferro
- Diretora do Fed prevê leituras altas de inflação, mas vê expectativas ‘ancoradas’
Boletim Focus
O Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (24), pelo Banco Central (BC), mostrou manutenção no cenário para o dólar em 2021. A mediana das expectativas para o câmbio no fim período seguiu em R$ 5,30, ante R$ 5,40 de um mês atrás.
Para 2022, a projeção para o dólar foi de R$ 5,35 para R$ 5,30, ante R$ 5,40 de quatro pesquisas atrás. A projeção anual de câmbio publicada no Boletim Focus passou a ser calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano.
Programa de relaxamento quantitativo na Inglaterra
O presidente do Banco da Inglaterra (BoE), Andrew Bailey, afirmou que a autoridade monetária vai reavaliar o programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês), caso as pressões inflacionárias se mostrem mais persistentes do que o previsto.
Durante audiência no Parlamento, o dirigente explicou que esse ainda não é o caso e minimizou os riscos de inflação. Bailey destacou ainda que está “confiante” quanto ao mercado de trabalho britânico.
O economista-chefe do BoE, Andy Haldane, disse que uma comunicação clara e antecipada sobre o fim do QE pode evitar uma situação de pânico nos mercados semelhante ao episódio conhecido como “Taper Tantrum”, em 2013, quando a sinalização de aperto pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) desencadeou um período de volatilidade nos negócios.
China fala em ‘especulação excessiva’ com commodities
A Comissão de Reforma e Desenvolvimento (NDRC, pela sigla em inglês) da China alertou nesta segunda-feira (24) que irá “punir severamente” monopólios de commodities, por avaliar que a recente alta nos preços se deve a “especulação excessiva”. Em reação, os contratos futuros de minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian sofreram um tombo de 6,5% no começo da madrugada.
Nos últimos meses, os preços de várias commodities vêm subindo fortemente à medida que a economia global se recupera com a remoção gradual de lockdowns motivados pela pandemia de covid-19.
Segundo reportagem da TV estatal chinesa CCTV, a NDRC afirmou nesta segunda-feira que vai fortalecer esforços conjuntos para monitorar os mercados de commodities e adotar uma política de “tolerância zero” para quaisquer violações da lei. O órgão também prometeu verificar operações “anormais” e “especulação maliciosa”. Com informações da Dow Jones Newswires.
Inflação nos EUA
Diretora do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Lael Brainard disse nesta segunda-feira que espera leituras altas de inflação nos próximos meses, devido ao processo de reabertura da economia, após as restrições impostas por conta do coronavírus, além de gargalos na cadeia produtiva. Os comentários foram feitos durante evento virtual.
No entanto, a dirigente ponderou que as expectativas de longo prazo dos índices de preços permanecem “bem ancoradas” e que a tendência aponta para o predomínio de forças desinflacionárias.
De qualquer forma, ela garantiu que o Fed agirá caso o movimento inflacionário saia do controle.
Última cotação do dólar
Na última sessão, sexta-feira (21), o dólar encerrou o pregão em alta de 1,44% aos R$ 5,35.