Dólar abre em alta de 2,5% com pessimismo exterior
O dólar abriu em forte alta nesta sexta-feira (12), devido ao pessimismo exterior com o combate à pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Alguns investidores temem o impacto de uma possível nova onda de infecções nos EUA e na Europa.
Por volta das 9h20, o dólar operava em alta de 2,441%, sendo negociado a R$ 5,0604 na venda. O mercado segue atento aos efeitos da pandemia no continente europeu, o que fez com que sua produção industrial caísse 17,1% em abril, menor patamar da série histórica.
Além disso, segue no radar dos investidores os resultados das exportações brasileiras em um momento de desvalorização do real; o agronegócio brasileiro exportou US$ 10,9 bilhões em maio, alta de 18%.
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Pessimismo exterior
O mercado está atento à possibilidade de uma segunda onda de infecções do novo coronavírus (Covid-19), além da posição cautelosa do Federal Reserve (Fed) quanto ao combate à pandemia.
Alguns estados norte-americanos, como Arizona, Califórnia, Flórida e Texas, apresentaram picos de casos e internações nos últimos dias, em relação às últimas duas semanas. O aumento dos casos elevou o total no território estadunidense a mais de 2 milhões. O número de mortes já ultrapassou 113 mil.
Os investidores permanecem atentos às mensagens do Fed. O presidente do Banco Central norte-americano, Jerome Powell, disse, na última quarta-feira, que a pandemia pode resultar em danos econômicos permanentes e um período prolongado de alto desemprego. Entretanto, a autoridade monetária central do país mostrou-se disposta a continuar com os esforços para estimular a economia.
O presidente norte-americano, Donald Trump, em sua conta pessoal do Twitter, disse que o Fed está errado, e que há indícios de que a economia do país deve demonstrar uma forte recuperação a partir do terceiro trimestre, voltando ao normal no ano que vem.
Tombo da produção industrial europeia
A produção industrial da zona do euro recuou 17,1% em abril, em relação a março. Esse é o nível mais baixo da série histórica do indicador, em razão da pandemia, segundo informou o Eurostat nesta sexta-feira.
As medidas de contenção do coronavírus foram amplamente implementadas em abril deste ano, e continuaram a ter um impacto significativo na produção industrial da região, segundo o relatório da agência europeia.
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O Eurostat informou que a queda é “muito superior” aos 3% registrados no fim de 2008 e início de 2009, em meio à crise do subprime, instaurada nos EUA. Após mais tarde, a crise da dívida chegou à União Europeia (UE).
A produção industrial da principal economia da zona do euro, a Alemanha, recuou 21% em abril, após cair 10,7% em março. A França, a segunda maior economia da região, registrou uma queda de -20,3% em abril, frente a -16,4%, em março.
Exportações do agronegócio
A Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) informou, na última quarta-feira (10), que as exportações do agronegócio brasileiro alcançaram US$ 10,9 bilhões (cerca de R$ 50 bilhões) em maio desse ano.
Esse foi o recorde para o mês em toda a série histórica. Além disso, o valor indica uma alta de 17,9% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Frente a esse resultado, as exportações do agronegócio já representam 60,9% do total de embarques do País. Em contrapartida, as importações do setor caíram 29,3% na comparação anual, ficando em US$ 835,75 milhões (cerca de R$ 4,1 bilhões).
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Os destaques foram da soja em grão, carne bovina, açúcar e café verde. Somente a China chegou a importar 71,5% de soja em grãos do Brasil no mês passado, cerca de US$ 3,70 bilhões (cerca de R$ 18,5 bilhões).
Última cotação do dólar
Na sessão da última quarta-feira, o dólar encerrou o pregão em alta de 1,049%, negociado a R$ 4,9398 na venda.