A procura pelo dólar disparou 117% em janeiro de 2023, quando comparado com janeiro de 2022. Segundo um mapeamento feito pela Travelex Confidence, essa tendência de alta na compra da moeda norte-americana vem sendo registrada desde setembro de 2022.
“O mercado tem se mostrado mais otimista em relação aos países emergentes e isso teve um efeito positivo na cotação do dólar aqui no Brasil, o que contribuiu para o aumento no volume operado da moeda em janeiro, resultando nesse recorde de negociações”, detalhou Jorge Arbex, diretor do Grupo Travelex Confidence.
Na visão do especialista da corretora de câmbio, as últimas decisões do Banco Central e do Federal Reserve foram alinhadas com as expectativas do mercado. “Esse fator corrobora para que a nossa moeda se valorize ante ao dólar”, complementou.
De acordo com os dados divulgados à imprensa, a procura pelo dólar cresceu 8% no primeiro mês deste ano ante dezembro de 2022. Além disso, a moeda utilizada nos Estados Unidos segue sendo a mais comercializada pela corretora.
Confira a lista das cinco moedas estrangeiras mais vendidas em janeiro de 2023 na Travelex Confidence:
Moeda | Variação do volume (jan23 vs jan22) | Variação do volume (jan23 vs dez22) |
Dólar (USD) | +117% | +8% |
Euro (EUR) | +18% | +4% |
Libra Esterlina (GBP) | +9% | -10% |
Dólar Canadense (CAD) | -8% | -18% |
Dólar Australiano (AUD) | +116% | +9% |
Dólar em 2023: cenário externo também impacta cotação
Além dos ruídos internos brasileiros, o que ocorre fora do País também mexe com o cenário do dólar vs real.
Em relatório publicado no início do mês, os analistas do BTG Pactual argumentaram que a decisão do Federal Reserve (Fed) de desacelerar a alta dos juros nos Estados Unidos “reduziu a possibilidade de encerramento do ciclo em março, sinalizando que [os líderes econômicos norte-americanos] ainda não atingiram o patamar suficientemente restritivo necessário para a desaceleração da inflação”.
“O [Jerome] Powell foi novamente questionado sobre a precificação na curva futura de uma redução de juros no próximo semestre e reforçou, assim como já tinha feito em outras aparições, que cortes na taxa não serão apropriados para este ano. A consolidação deste cenário deve pesar negativamente sobre o real”, complementaram os analistas do BTG sobre o impacto dessa decisão no dólar.