Um relatório do banco suíço UBS, divulgado nessa quinta-feira (23) indicou que o dólar poderia chegara a R$ 7,35 em 2021. A valorização da moeda norte-americana poderia ocorrer por causa das turbulências políticas brasileiras e da incapacidade do país de colocar as contas públicas em ordem.
Segundo os analistas Tony Volpon, que foi diretor do Banco Central do Brasil, e Fabio Ramos, o dólar poderia chegar a essa cotação por que há a dúvidas sobre a capacidade do Brasil de conseguir retornar, e também fortalecer os esforços da reforma, diante dessa deterioração adicional dos seus fundamentos fiscais de crescimento.
Além disso, de acordo com o relatório, o índice responsável por medir a força da moeda norte-americana quando comparada a moedas de países desenvolvidos, DXY, deve cair para 96 pontos em 2020 e para 96 pontos em 2021. Atualmente, o índice apresenta 100,03 pontos.
Essa queda representa uma depreciação da moeda norte-americana em relação a moedas de países como o Japão (iene) e a União Europeia (euro).
UBS também demonstra cenário alternativo com dólar
Ao contrário, o dólar poderia finalizar o ano com uma cotação de R$ 4,95, e até cair para R$ 4,6 em 2021. Entretanto, visto que o Brasil apresenta um alto nível de endividamento em comparação com outros países subdesenvolvidos, a moeda norte-americana poderá encerrar 2020 cotado em R$5,75.
Caso a crise econômica piore, e o governo perca o controle das contas públicas, e o Credit Defaut Swap (CDS), que está atualmente em 369 pontos-base, chegue a 450 pontos-base, o valor do dólar pode deslanchar.
Além disso, analistas projetam que após o pico da pandemia de coronavírus (covid-19), o deficit primário do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro possa chegar a 7%.
Última cotação do dólar
A moeda norte-americana encerrou nesta quinta-feira em alta de 2,189%, negociado a R$ 5,5278 na venda, batendo recorde pela segunda vez na semana.
O dólar se valorizou frente ao real pelo terceiro dia consecutivo nessa semana.