O dólar abriu a semana em queda nesta segunda-feira (17). Por volta das 9h15, a moeda estadunidense operava negativamente 0,223%, sendo negociada a R$ 5,415 na venda.
O dólar está de olho nos impactos da pandemia na economia brasileira, que deve cair 5,52% neste ano, segundo a nova previsão do Boletim Focus. Nesta segunda-feira, o relatório do BC apresenta, pela sétima semana seguida, uma melhora nas previsões para o PIB brasileiro.
Ademais, os investidores seguem de olho nos movimentos do Brasil junto à OMC contra a Filipinas, após o país asiático decidir que não compraria mais carnes do Brasil devido à contaminação encontrada em uma amostra de asa de frango na China, oriunda de Santa Catarina.
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Focus estima queda de 5,52% da economia
Os especialistas, ouvidos pelo Banco Central (BC) para a elaboração do Boletim Focus, reduziram suas projeções para a queda do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. A estimativa divulgada nesta segunda-feira é de uma baixa de 5,52% na economia brasileira, frente a 5,62% na última segunda-feira (10).
Essa é a sétima semana seguida que o relatório do BC prevê uma queda menos intensa para o indicador econômico. O boletim divulgado em todo início de semana, no começo de 2020 estimava um crescimento de 2,30% da economia do Brasil.
Os profissionais do mercado, entretanto, não previam o forte impacto da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) no País. Para o ano que vem, os especialistas permanecem com a estimativa de um crescimento de 3,50% no PIB pela 12ª semana consecutiva.
O IBC-Br, a prévia do PIB, registrou uma queda de 10,94% no segundo trimestre deste ano, segundo informações divulgadas na última sexta-feira (14) pelo BC. Por mais que seja entendido como uma amostra mensal do PIB, o IBC-Br possui uma metodologia de cálculo diferente das contas nacionais calculadas pelo IBGE. Uma vez que é revisado constantemente, se mostra mais estável do que a leitura mensal.
Brasil aciona OMC contra Filipinas
O dólar também está de olho no contexto comercial internacional. O governo federal brasileiro irá à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a decisão das Filipinas de suspender a importação de frango do Brasil. As informações foram publicadas no último domingo (16) pelo “Estadão Conteúdo”. O país do Sudeste asiático anunciou na última sexta-feira que iria barrar temporariamente importações de carne de frango do País, após a China ter indícios do coronavírus em um carregamento de asas produzidas no Brasil.
Em entrevista ao “Estadão”, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse que as Filipinas já haviam expressado uma preocupação em proteger seus produtores de frango e que tomou a decisão sem ter provas de que houve contaminação. “O Brasil vai reagir. Não podemos misturar uma situação comercial com uma notícia que não tem confirmação. Um assunto comercial não se mistura com a pandemia”, declarou a chefe da pasta.
Dessa forma, a avaliação do governo brasileiro, os filipinos se aproveitam da pandemia para intensificar o protecionismo no país. A embaixadora das Filipinas no Brasil foi convocada a se explicar junto à pasta, considerado um constrangimento. E, embora o país não seja um grande destino para exportações brasileiras, a reação será forte para “estancar a sangria” e evitar que os filipinos sejam seguidos por outras nações.
Tarifas entre Brasil e Estados Unidos
Em resposta a ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre impor tarifas em produtos do Brasil caso o governo federal não reduzisse as taxas impostas ao etanol importado, o secretário do Ministério da Agricultura disse que o País aceita reduzir os tributos, desde que os norte-americanos façam o mesmo com o açúcar brasileiro.
Na última segunda-feira (10), Trump disse que a política dos Estados Unidos se baseia na reciprocidade. “No que diz respeito ao Brasil, se eles impõem tarifas nós temos de ter uma equalização de tarifas. Vamos apresentar algo sobre tarifas e justiça. É chamado reciprocidade. Você pode esperar algo sobre isso muito em breve”.
Em resposta, o secretário de Assuntos Internacionais da Agricultura, Orlando Leite Ribeiro, disse que “não podemos falar de reciprocidade apenas em setores que interessam a um dos lados. Nesse sentido, o Brasil está disposto a conceder o mesmo tratamento para o açúcar brasileiro, ambos produtos derivado da cana”, afirmou o secretário ao jornal “Estado de S.Paulo”.
O atual acordo prevê isenção de tarifas nas importações de até 750 milhões de litros de etanol por ano. Atingido esse valor, a tarifa passa a ser de 20%. O apelo dos parlamentares norte-americanos é que essa tarifa seja zerada. Já o apelo dos políticos nordestinos é de que essa taxa não seja reduzida por causa da competição com o etanol do nordeste, uma vez que a entrada do produto dos EUA no Brasil acontece pelo porto da região.
Última cotação do dólar
Na sessão da última sexta-feira, o dólar encerrou o pregão em alta de 1,12%, negociado a R$ 5,417 na venda.