O câmbio do dólar começou esta sexta-feira (3) sendo “derrubado” após o resultado do payroll – geração de empregos nos Estados Unidos – que desagradou o mercado.
A cotação do dólar no exterior perde força também com os dados da produção industrial brasileira, cuja alta de 0,90% em março veio abaixo da mediana do mercado (+1,4%). O recuo dos retornos dos Treasuries também contribui.
Além disso, após a avaliação positiva da Moody’s, o Brasil se fortalece na cotação do dólar para real brasileiro.
Diego Costa, head de câmbio para o norte e nordeste da B&T Câmbio, conta que após a avaliação, a demanda pela moeda local aumentou, gerando uma valorização do real de 1,53% em relação ao dólar americano ontem.
Payroll dos EUA abala cotação do dólar
A economia dos Estados Unidos criou 175 mil empregos em abril, em termos líquidos, segundo relatório publicado nesta sexta-feira pelo Departamento do Trabalho do país.
O resultado do payroll de abril ficou abaixo da mediana das expectativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, de 225 mil postos de trabalho, e perto do piso das estimativas, que variavam de 150 mil a 275 mil vagas.
Além do relatório de emprego não-agrícola nos EUA vir abaixo das expectativas, também foi observada uma queda no ganho médio por hora trabalhada de 0,2% em vez dos 0,3% projetados.
No setor privado, a queda foi menor, mas ainda ficou aquém das expectativas, com 167 mil vagas criadas em comparação com as 181 mil esperadas. A taxa de desemprego também aumentou para 3,9% em vez dos 3,8% esperados.
“A divulgação do Payroll nos Estados Unidos animou ainda mais os investidores que buscam rentabilidade”, avalia Costa.
Segundo ele, os números indicam que a economia americana pode estar entrando em um ritmo mais moderado de crescimento, o que abre espaço para a possibilidade de o Federal Reserve (banco central dos EUA) recalibrar seu cronograma de cortes nos juros.
“Essa mudança seria potencialmente positiva para os mercados emergentes. Com a perspectiva de juros mais baixos no futuro, os investidores se sentem mais confiantes para buscar retornos mais altos em ativos de risco, como ações e títulos de mercados emergentes”, completa Costa, lembrando que essa confiança ainda é bem cautelosa por incertezas da economia global.
Sinais mais concretos sobre os próximos planos do Fed devem ser esperados na Ata do FOMC.
Além disso, as declarações do presidente do BC dos EUA, Jerome Powell, impulsiona as bolsas globais, começando a sexta-feira (3) em alta. Ainda nos EUA, será divulgado o resultado do índice dos gerentes de compras (PMI) Composto da S&P Global.
Às 9h26, o dólar à vista caía 0,06%, a R$ 5,1099. O dólar para junho cedia 0,08%, a R$ 5,1225.
Com informações de Estadão Conteúdo.