O dólar desacelera a alta cotado a R$ 5,702 (+0,60%) há pouco no mercado à vista. Ajuda a valorização do câmbio a persistente fraqueza da moeda norte-americana no exterior. Por outro lado, a deterioração do cenário fiscal e a crise instaurada no Ministério da Economia enfraquecem o real nesta sexta-feira (22).
Às 14:15, o dólar comercial subia 0,48%, valendo R$ 5,695 na venda. Na máxima intradia, a moeda chegou a bater em R$ 5,755, por volta das 12:35.
O responsável pela área de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagem, afirma que o estresse adicional que movimenta o dólar hoje é pelo cenário fiscal do País. A curva de juros também já indica dois aumentos de 150 pontos-base da Selic, dada a consolidação da percepção de que o governo vai desrespeitar o teto de gastos das contas públicas.
“É o cenário fiscal como um todo, incluindo ainda a prometida ajuda de custo a caminhoneiros de R$ 400 pelo presidente Bolsonaro, sem apontar as fontes de custeio desse gasto”, afirma Nagem.
Agravou o cenário os rumores de que o ministro Paulo Guedes teria pedido demissão nesta manhã. Porém, nenhum comentário oficial foi feito sobre o assunto. Ontem, o presidente Jair Bolsonaro chancelou a permanência do ministro.
Ainda assim, já se especulam nome para o posto de Guedes. O principal é do presidente da Caixa, Pedro Guimarães, diz Nagem, acrescentando que o ex-presidente do Banco Central no governo do PSDB, Armínio Fraga, também é citado nesses boatos.
Caso o câmbio continue no mesmo nível de alta até o final do dia, o dólar terá acumulado cerca de 3,5% de ganhos nesta semana. Saindo de R$ 5,45 no início das operações de segunda (18) para próximo de R$ 5,70 hoje.
Segundo o especialistas da Terra Investimentos, o dólar turismo já é negociado acima de R$ 6,00 em algumas casas de câmbio e o dólar comercial pode buscar os R$ 6,00 no curto prazo também.
Na próxima semana, deve-se adicionar as incertezas do momento os desdobramentos políticos do relatório final da CPI da Covid, que sairá na próxima terça-feira (26), e se haverá ou não a greve de caminhoneiros programada para 1º de novembro.
Cotação do dólar atinge máxima em seis meses
O dólar encerrou o último pregão, quinta-feira (21), com alta de 1,92% frente ao real, valendo R$ 5,66 na venda. A moeda alcançou uma nova máxima em 6 meses.
Com informações de Estadão Conteúdo.