Dólar opera no vermelho após Selic e minério de ferro subindo +2,72%
Nesta quinta-feira (21), o dólar começa o dia retomando patamares de sessões da semana passada, abaixo de R$ 5,00.
Com o sexto corte consecutivo na taxa Selic, a política monetária do Copom, levou os índices para 10,75% ao ano (-0,50 pp).
Os dirigentes do colegiado também sinalizaram que o juro básico deverá cair menos nas próximas reuniões, o que é uma boa perspectiva para o câmbio do dólar para real.
Além disso, a alta de 2,72% do minério de ferro, alívio persistente na curva de juro de Treasuries e promessa de novos estímulos monetários na China também impactam a cotação do dólar hoje.
O BC indica mais um corte de 0,50 pp em maio, sem se comprometer com este ritmo nas reuniões seguintes, beneficiando o diferencial de juro interno ante o externo e o potencial de atratividade de capitais, disse um operador.
Federal Reserve mantém taxa de juros nos EUA
Na quarta (20), o dólar (USD) cedeu na esteira do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), que reafirmou a projeção de três cortes de juros este ano, num ciclo total de 0,75 ponto-base, elevando as apostas de que a redução inicial pode vir em junho.
A moeda americana ganha força lá fora nesta manhã em meio à fraqueza do euro, limitando a melhora do real, após dados divergentes de PMIs europeus. O indicador da Alemanha indicou baixa forte na atividade industrial, enquanto o PMI composto da zona do euro subiu de 49,2 em fevereiro para 49,9 em março, atingindo o maior nível em nove meses.
Em relação à política monetária, o Banco da Inglaterra (BoE) manteve a taxa básica de juros em 5,25%. O banco central da Suíça reduziu sua principal taxa de juros em 25 pontos-base, de 1,75% a 1,5%, tornando-se o primeiro BC de uma economia desenvolvida a relaxar a política monetária. E o BC da Turquia elevou inesperadamente a taxa de juros em 5 pontos porcentuais, a 50% ao ano. Analistas consultados pelo FactSet previam estabilidade em 45%.
O que movimenta o dólar hoje
Na agenda do dia, a arrecadação federal em fevereiro é o destaque interno (10h30) antes da divulgação do boletim fiscal do primeiro bimestre prevista para sexta-feira, 22. De acordo com fontes da equipe econômica, a tendência é de um bloqueio no orçamento de até R$ 3 bilhões, por boa performance das receitas e revisão de gastos do INSS, apurou o Estadão/Broadcast.
Também é esperada a nova grade de parâmetros macroeconômicos de março da Secretaria de Política Econômica (14h). O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reúne-se com representantes da Moody’s Investors Service e da Secretaria do Tesouro Nacional (9h30).
No câmbio, o Banco Central faz leilão de swap cambial (11h30), dando início à rolagem dos vencimentos de 3 de junho de 2024, no montante de US$ 12,8 bilhões (256.650 contratos). E o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reúne-se com representantes da Moody’s Investors Service e da Secretaria do Tesouro Nacional (9h30).
Nos EUA serão publicados os PMIs composto, industrial e de serviços preliminares de março (10h45). A secretária do Tesouro, Janet Yellen, testemunha no Congresso sobre orçamento proposto pelo presidente Joe Biden (11h). O vice-presidente de Supervisão do Fed, Michael Barr, participa de evento (13h).
Às 9h25, o dólar à vista caía 0,16%, a R$ 4,9664. O dólar para abril cedia 0,06%, a R$ 4,9690.
Com informações de Estadão Conteúdo.