Na contramão da tendência de alta que prevalece no exterior, o dólar abriu em alta ante o real nesta segunda-feira (27). O comportamento reflete o anúncio do Banco Central na sexta-feira, de começar a oferecer liquidez extraordinária aos mercados, por meio de leilões de contratos de swap cambial, como forma de atender à demanda maior por moeda estrangeira típica do período de final de ano. Mas o cenário internacional segue vivo no rol de influências sobre o câmbio nesta manhã e já mostra limitação ao movimento de baixa por aqui.
Às 10h38, o dólar à vista era negociado a R$ 5,34, em alta de 0,23%. No mercado futuro, a divisa para liquidação em outubro recuava 0,03%, aos R$ 5,3420.
Lá fora, os investidores permanecem atentos ao imbróglio da chinesa Evergrande e aguardam pronunciamentos de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que poderão das pistas dos próximos passos na política monetária.
Há instantes, o dado de encomendas de bens duráveis nos Estados Unidos mostrou alta de 1,8% em agosto ante julho, número muito acima das estimativas do mercado, de 0,6%. Dados fortes da economia elevam a perspectiva de redução dos estímulos monetários nos EUA. Com isso, o dólar reforçou a tendência de alta ante moedas de países emergentes e exportadores de commodities.
Os leilões para atender à demanda pontual de fim de no ligada ao overhedge dos bancos (proteção cambial adicional dos bancos) acontecerão às segundas e quartas-feiras, com início hoje. A medida é habitual, mas surpreendeu os marcados por ter acontecido mais cedo que nos últimos anos, o que pode sugerir algum desconforto da autoridade monetária com o atual nível do câmbio, na avaliação de alguns analistas.
“As atenções do mercado interno estão voltadas para a ata do Copom e Relatório Trimestral de Inflação (RTI), bem como aumento do número de leilões de swap cambial feitos pelo Banco Central até o final do ano de 2021, que agora ocorrerão nas segundas e quartas-feiras, a fim de reduzir a captação de dólar a mercado feito pelos bancos que necessitam fazer reajuste do overhedge em dezembro, e assim espera-se reduzir a volatilidade do dólar, o que causa um risco inflacionário relevante para a faixa de R$ 5,30″, disse Yuri Pasini – Trader Mesa Câmbio do Travelex Bank.
Última cotação do dólar
Na última sessão, sexta-feira (24), o dólar encerrou o pregão em alta de 0,64%, valendo R$ 5,344 na venda.
(Com informações do Estadão Conteúdo)