O dólar bateu os R$ 4,028 durante a sessão desta quinta-feira (16). Esse é o maior patamar atingido pela moeda norte-americana neste ano.
O dólar já havia iniciado o dia em alta e acima da casa do R$ 4. Por volta das 9h10, logo na abertura do mercado a moeda registrava uma alta de +0,243% sendo negociada a R$ 4,0059.
Às 12h10, a moeda norte-americana opera sobre a alta de +0,661, com a cotação de R$ 4,0226 na venda. Os principais motivos que fizeram o dólar bater a máxima no pregão, estão relacionados aos dados do desemprego, divulgados nesta quinta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), além da retração das estimativas do Produto Interno Bruto, anunciadas na última quarta-feira (15).
Outros fatores que puxam a alta da moeda, é a guerra comercial entre China e Estados Unidos, onde o presidente norte-americano, Donald Trump, aplicou o aumento tarifário sobre mercadorias chinesas.
Além disso, o mercado fica atento a novos focos de tensão política no governo brasileiro, isso, por conta da ida do ministro da Educação, Abraham Weintraub, ao Congresso para explicar os cortes no orçamento da pasta. O discurso do ministro acontece em meio as manifestações de estudantes e professores em todo o Brasil.
Desemprego cresce no Brasil
De acordo com os dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), o desemprego no Brasil cresceu em 14 unidades da federação no 1º trimestre. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira.
A taxa de desemprego no Brasil no primeiro trimestre de 2019 foi de 12,7%. No quarto trimestre do ano passado, a porcentagem de pessoas que procuravam emprego era de 11,6%.
Saiba mais: Desemprego cresce em 14 estados do Brasil no 1º trimestre
No primeiro trimestre deste ano o desemprego atingiu 1,2 milhão de pessoas. O aumento é em comparação com o último trimestre de 2018.
Além disso, a população subempregada somou 28,3 milhões de pessoas no trimestre, mais um recorde na série histórica. Segundo o IBGE, a taxa de subutilização atingiu 25% no período analisado.
Retração no PIB
Ainda na terça-feira (14), o ministro da Economia, Paulo Guedes, já havia adiantado que a economia brasileira está no “fundo do poço” e que a previsão de crescimento do PIB caiu para 1,5% neste ano.
Seguindo a fala do ministro, a Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão do Senado Federal, reduziu a estimativa de crescimento do PIB, de 2,3% para 1,8% neste ano.
Saiba mais: IBC-Br: prévia do PIB indica retração de 0,68% no 1º trimestre de 2019
Além disso, o dados divulgados pelo Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), na última quarta, apontaram uma retração de 0,68% no PIB durante o primeiro trimestre de 2019.
O IBC-Br é considerado um prévia do PIB. No entanto, o resultado oficial será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) em 30 de maio. Caso seja confirmada a retração, será a primeira em dois anos.
EUA x China
Um novo capítulo da guerra comercial entre China e Estados Unidos foi iniciado, desta vez envolvendo equipamentos de telecomunicações.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, proibiu que empresas norte-americanas usem aparelhos de telecomunicações que sejam estrangeiros, caso coloquem a segurança nacional em risco.
Saiba mais: Trump atinge Huawei; China critica e diz que vai proteger suas empresas
A medida do presidente afeta diretamente a China. Para que o decreto fosse firmado, Trump declarou “emergência nacional”. Mesmo que não seja direcionado, o texto do decreto atinge diretamente a gigante chinesa do setor, Huawei.
Ministro da Educação na Câmara
Os cortes, estipulados pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, correspondem a 30% das despesas discricionárias das universidades, fez com que milhares de pessoas saíram às ruas em 172 cidades para manifestarem contra os cortes na educação, na última quarta-feira (15).
Segundo a pasta, as despesas estão relacionadas a: luz, água, gastos com empresas terceirizadas de segurança e limpeza.
De acordo com o governo, a conta que inclui salários de funcionários e professores terão corte de apenas 3,4%.
Saiba Mais: Câmara convoca ministro para explicar cortes na Educação nesta quarta
Nos Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro, afirmou que os estudantes eram “imbecis”.
Questionado sobre os manifestantes, Bolsonaro afirmou que “são uns idiotas úteis, uns imbecis, que estão sendo usados como massa de manobra de uma maioria espertalhona que compõe o núcleo de muitas universidade federais no Brasil“.
No entanto, as manifestações seguidas das declarações do presidente, cria um cenário de preocupação aos investidores, devido a impopularidade do governo e a falta de articulação para aprovação de projetos considerados essenciais.
Ibovespa despenca
A insegurança do mercado aumenta a medida em que o governo parece ser mais impopular. Além disso, a dificuldade em tramitar projetos, faz com que os investidores sigam cautelosos sobre o Brasil. Esses fatores fazem com que o Bolsa de Valores de São Paulo registre uma forte queda. o que também é mais um motivador para a alta do dólar.
Por volta das 12h30, o Ibovespa registrava uma queda de 0,57% ficando com 91.105,41 pontos.
Última cotação
Na última sessão, na quarta-feira, o dólar cresceu +0,513% sendo negociado a R$ 3,9962.
Notícias Relacionadas