Enquanto a alta do dólar é considerada a única ameaça para o desempenho do varejo no país este ano pelo CEO do Magazine Luiza, a Via Varejo vê a situação como uma vantagem competitiva.
Em entrevista ao InfoMoney, Paulo Naliato, executivo-chefe da empresa que engloba as marcas Casas Bahia e Ponto Frio, afirma não temer tanto a alta cotação da moeda norte-americana. Ao mesmo tempo em que o dólar “é uma pressão para todo mundo”, a Via Varejo está bem posicionada para se aproveitar de suas negociações a longo prazo, segundo ele.
“Comparando a Via com qualquer outro concorrente, temos negociações que já aconteceram e estamos com um estoque que nos permite negociar bem, porque estamos bem abastecidos, e gerenciar o repasse do aumento para o cliente em uma condição diferente do que os nossos concorrentes conseguem”, afirma Paulo.
Ao mesmo tempo em que o CEO do Magazine Luzia, Frederico Trajano, já afirmou ao Valor Econômico que o câmbio trava suas negociações, a Via Varejo vê em seus 26 centros de distribuição estocados com valores de negociações anteriores um “ativo super importante”.
Segundo Paulo Naliato, a estratégia de aumentar os estoques e regionalizar a distribuição é recente, e vem de uma necessidade de equilibrar a oferta durante o ano todo. “Se vocês lembrarem, a Via Varejo tinha sempre uma dificuldade grande no mês de janeiro, porque a gente saía de Black Friday, Natal, Saldão com um patamar de vendas super grande e começava o ano com uma dificuldade de estoque”, lembra.
Embora exija um volume maior de produtos em estoque, o movimento de distribuir a logística pelo país leva a um custo menor e velocidade maior na hora de entregas os produtos, um diferencial importante para um varejista.
O dólar opera agora em alta de 0,87%, cotado a R$ 4,09. O Magazine Luiza teve alta de 56,5% em 2018, enquanto a Via Varejo caiu 42,56% no mesmo período.