Com as atenções voltadas para as negociações entre China e Estados Unidos, o dólar fechou com leve alta nesta sexta (18). A moeda teve uma valorização de 0,224% e terminou o dia cotado a R$ 3,7559 na venda.
A cotação mínima do dólar se deu próximo às 13h, quando chegou a valer R$ 3,7308. Aí, teve uma alta até pouco antes das 16h, quando foi vendido a R$ 3,7687, a máxima do dia.
O euro e a libra esterlina, por sua vez, se desvalorizaram ante o real. Confira:
- Euro: queda de 0,042%, a R$ 4,2696
- Libra esterlina: queda de 0,674 %, a R$ 4,8354
A indefinição da saída do Reino Unido da União Europeia afeta a moeda inglesa. Na última terça-feira (15), o Parlamento recusou a proposta do Brexit, negociado pela primeira-ministra Theresa May.
Um dia depois, na quarta (16), May sofreu uma monção de desconfiança. No entanto, a primeira-ministra conseguiu o apoio do parlamento e continuará no cargo.
Atuação do Banco Central
O Banco Central (BC), realizou o leilão de 13,4 mil contratos de swap cambial tradicional. O swap equivale à venda futura de dólares.
Com isso, foram rolados US$ 8,71 bilhões de um total de US$ 13,398 bilhões, que vencem em fevereiro.
Dólar e o cenário interno
No cenário interno, a reforma da Previdência domina a pauta dos investidores e do mercado. O presidente Jair Bolsonaro deve receber a proposta da reforma ainda neste fim de semana.
No entanto, a palavra final do presidente em relação ao projeto deve ficar para depois da viagem ao Fórum Econômico Mundial em Davos, que ocorre entre os dias 22 e 25 de janeiro.
Na última quinta (17), a equipe econômica do governo Bolsonaro enviou ao ministério da Casa Civil o texto da medida provisória (MP) que visa coibir fraudes na Previdência. O texto é mais amplo do que havia se esperado, já que não se restringe a um pente-fino apenas nos benefícios previdenciários que tenham qualquer suspeita de irregularidade. Ele também traz alterações em todo o processo de concessão e autorização desses benefícios.
Enquanto isso, os militares se organizam para resistir à reforma da Previdência. A resistência não é pequena, mesmo porque há sete ministros militares na gestão de Jair Bolsonaro. O argumento do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, é de que o dinheiro que seria poupado com a inclusão dos militares na reforma é pequeno.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, no entanto, não concorda. “Sem eles, perde muito”, declarou em entrevista ao Poder360. “É aquele negócio: liderar pelo exemplo. Os ‘cabeças brancas’, mais ilustrados, todos sabem que algo deveria ser feito”. O general Santos Cruz, da secretaria de Governo, apoia Guedes. “Seria interessante, quando mexer em tudo, mexer junto neles [militares]. Para evitar que digam que o presidente pensou como um líder corporativo”, disse Cruz.
Entre as medidas que preocupam os militares estão:
- O aumento do tempo mínimo de serviço, de 30 para 35 anos;
- Recolhimento da contribuição de 11% sobre pensões de viúvas de militares.
Diante de medidas protecionistas adotadas pela União Europeia, o ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) informou na quinta que vai defender as exportações de Aço do Brasil. O bloco europeu irá restringir a entrada de aço brasileiro no continente a partir do dia 2 de fevereiro com o objetivo de proteger os fabricantes locais.
Dólar e o cenário externo
As expectativas em relação das negociações comerciais entre China e Estados Unidos estão renovadas. Com a ausência de notícias dentro do Brasil, os holofotes se voltaram às duas potências. Espera-se que as nações possam estar próximas de uma resolução para a guerra comercial, com um próximo encontro entre elas até o fim do mês.
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, discutiu suspender tarifas impostas às importações vindas da China, segundo reportagem do Wall Street Journal. Apesar de um porta-voz do Tesouro ter negado que Mnuchin tenha cogitado a ideia, isso levou otimismo ao mercado externo.
Última cotação
O dólar fechou na última quinta (17) em alta de 0,356%, cotado a R$3,7475 na venda.
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