Dólar sobe com aumento da aversão a risco por China

O dólar opera em alta nesta segunda-feira (11), alinhado à tendência no exterior, com a aversão a risco depois que a covid-19 avança na China: foi detectada nova subvariante altamente contagiosa da Ômicron em Xangai. O quadro se agrava na Ásia com a expansão de outra mutação do vírus, agora na Índia.

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Ao mesmo tempo, a taxa de inflação medida pelo CPI chinês anual avançou 2,5% em junho, acima da previsão de 2,4%. Já o iene japonês atinge menor nível ante o preço do dólar em quase 24 anos. Os retornos dos Treasuries recuam, após alta na sexta-feira, enquanto as commodities recuam, como petróleo, cobre e algumas agrícolas.

A cotação do dólar tem alta de 1,71%, a R$ 5,381, por volta das 12h45.

O presidente do Banco do Japão (BoJ), Haruhiko Kuroda, alertou nesta segunda-feira sobre “incertezas muito elevadas” em relação à perspectiva econômica e reiterou a disposição do BC japonês de ampliar seus estímulos monetários, se necessário, para sustentar a frágil recuperação do país. Kuroda também reafirmou a expectativa do BoJ de que taxas de juros de curto e longo prazos fiquem “nos níveis atuais ou menores”.

A movimentação do dólar também ocorre em meio ao cenário local, com investidores aguardando a participação do diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, em evento organizado pelo banco Credit Suisse, com dia de agenda de indicadores econômicos mais fraca.

As expectativas sobre Guillen eram para alguma sinalização sobre o fim do ciclo de aperto da Selic, na medida em que as incertezas externas, a pressão fiscal, dados fortes de atividade e a desvalorização do câmbio têm trazido dúvidas sobre se será possível encerrá-lo em agosto. Por outro lado, há a defasagem da política monetária e o alívio nos preços das commodities, em especial o petróleo, nos últimos dias.

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Os mercados estão avaliando, ainda, a pesquisa Focus, que saiu mais cedo. O Boletim Focus mostra que, diante das medidas de desoneração adotadas pelo governo, as expectativas para o IPCA de 2022 tiveram recuo expressivo, com a mediana saindo de 7,96% para 7,67%, algo que também pode impactar no valor do dólar.

Em contrapartida, 2023, ano ainda central no horizonte de política monetária, a mediana subiu de 5,01% para 5,09% – no caso das projeções atualizadas nos últimos cinco dias avançou ainda mais, para 5,20%. As medianas para a Selic não sofreram alteração para o fim de 2022 (13,75%) e 2023 (10,50%).

Os investidores locais operam o dólar atentos ainda à escalada de violência política no Brasil a menos de três meses das eleições. No sábado à noite, o guarda municipal de Foz do Iguaçu (PR), Marcelo Arruda, foi assassinado durante sua festa de aniversário de 50 anos, por Jorge José da Rocha Guaranho, agente penitenciário federal e apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL).

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Guaranho está internado em estado grave, após o tiroteio em que também foi atingido por Arruda. O guarda reagiu depois de ser atingido pelo agente penitenciário com dois tiros. A troca de tiros ocorreu no salão onde ocorria a festa de aniversário. Marcelo foi socorrido, mas morreu no hospital. Além disso, a PF abriu inquérito para investigar ataque a carro de juiz que mandou prender Milton Ribeiro, ex-ministro da Educação. A Justiça decretou ainda a prisão de suspeito de atirar bomba em evento petista, no Rio, na semana passada.

Nova rodada do Instituto FSB Pesquisa, encomendada pelo BTG Pactual e divulgada nesta segunda-feira mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua liderando a corrida presidencial com 41% das intenções de voto, enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição continua em segundo lugar e aparece com 32% das intenções de voto.

No exterior, o índice DXY do dólar, que mede as variações da moeda americana frente a outras seis divisas relevantes, opera em alta firme, ampliando ganhos da semana passada. No foco estão o presidente do Banco da Inglaterra (BoE), Andrew Bailey, no Comitê do Tesouro (11h5) e o presidente do Fed de Nova York, John Williams (vota) (15h).

Última cotação do dólar

O dólar encerrou a sessão de sexta-feira (8) em queda de 1,59%, a R$ 5,29 na venda, registrando sua segunda queda diária seguida.

Com informações de Estadão Conteúdo

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Redação Suno Notícias

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