O mercado de câmbio opera o dólar em baixa na manhã desta terça-feira (23), alinhado ao sinal predominante frente a outras divisas emergentes e ligadas a commodities, em meio à alta do petróleo e minério de ferro, menor aversão a risco no exterior nesta manhã e possíveis novos ingressos de fluxo de capitais estrangeiros.
A cotação do dólar opera tem queda de 1,40%, a R$ 5,10, por volta das 11h.
Contudo, no exterior, o índice DXY do dólar ante seis divisas principais mostra ganho moderado e a moeda americana se valoriza ante o yuan chinês, que caiu ao menor nível frente ao preço do dólar em dois anos e tende a se desvalorizar mais à medida que o Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês) se mobiliza para combater a desaceleração econômica e uma grave crise imobiliária.
Na segunda-feira (22), o valor do dólar à vista terminou a sessão regular perto da estabilidade. Os investidores seguem à espera do simpósio de Jackson Hole, onde o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) deverá dar mais sinais de seus próximos passos de política monetária. Hoje, estão no radar os índices de atividade (PMIs) dos EUA, assim como um indicador do setor imobiliário local e a prévia do índice de confiança do consumidor da zona do euro (11h).
Em véspera de IPCA-15 e com a agenda interna esvaziada, os agentes do mercado devem monitorar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em evento internacional no Chile (10h50). Há expectativas por comentários que possam orientar apostas dos investidores para política monetária ou sua visão sobre o rumo dos juros e inflação dos EUA.
Além do dólar hoje, está no radar dos investidores mais um indicador de preços que mostrou deflação. O Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) reduziu o ritmo de deflação a 0,95% na terceira quadrissemana de agosto, após -1,28% na segunda leitura. O indicador acumula alta de 6,22% em 12 meses, maior do que o avanço de 5,86% no período até a segunda quadrissemana, informou a FGV.
No exterior, os PMIs da Alemanha, Reino Unido e zona do euro vieram mistos e sem impacto relevante nos mercados. O euro apenas ampliou as perdas abaixo da paridade ante o dólar.
Os juros futuros também recuam na manhã desta terça-feira, acompanhando a movimentação do dólar, à espera da palestra do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (10h50), e do leilão de NTN-B e LFT (11 horas). No radar estão ainda o IPCA-15 de agosto, que sai na quarta-feira, e o Simpósio de Jackson Hole, na quinta e sexta-feira.
Às 9h30, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 caía para 11,77%, de 11,83% no ajuste anterior.
O DI para janeiro de 2025 batia mínima de 12,02%, de 12,08%, e o para janeiro de 2024 recuava para mínima de 13,09%, de 13,15%. Já o vencimento para janeiro de 2023 cedia para mínima de 13,720%, de 13,731%.
Última cotação do dólar
O dólar encerrou a sessão de ontem (22) em queda de 0,32%, a R$ 5,172, registrando a segunda baixa diária seguida.
(Com informações de Estadão Conteúdo)