O dólar segue volátil na manhã desta terça-feira (28), diante dos sinais mistos da moeda ante divisas emergentes e ligadas a commodities no exterior.
Por volta das 11h20, o gráfico do dólar operava em queda de 0,73%, cotado a R$ 5,203, enquanto o mercado de ações brasileiro, através do Ibovespa, e os mercados no exterior estão em alta.
Contudo, o índice DXY do dólar ante seis pares principais está em alta desde cedo, juntamente com os retornos dos Treasuries em meio a preocupações com recessão e alta agressiva de juros pelo Federal Reserve para combater a escalada da inflação americana. Ainda assim, os investidores locais reduzem um pouco posições defensivas estimulados pelo avanço das commodities, após a China relaxar exigências de quarentena para viajantes estrangeiros.
O índice DXY avança nesta terça-feira, após fechar em baixa na segunda, à medida que o iene volta a se enfraquecer. Nos últimos meses, a moeda japonesa tem sido pressionada pelas divergências entre as políticas monetárias dos EUA, que vem elevando juros de forma agressiva, e do Japão, que segue mantendo condições ultra-acomodatícias.
No mercado local, o risco fiscal segue no foco, influenciando na movimentação do dólar. O presidente Jair Bolsonaro afirmou na noite de segunda-feira a apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada que o piso do Auxílio Brasil pode ser elevado de R$ 400 para R$ 600 “amanhã” (hoje).
O plano do governo é inserir a elevação do benefício social – a menos de 100 dias das eleições – na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos combustíveis, relatada pelo senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), e que será apresentada hoje. Essas questões são observadas diante das variações do dólar hoje.
Para o aumento ser oficializado em ano eleitoral sem ferir a lei, no entanto, é preciso declarar emergência nacional. O Palácio do Planalto também negocia a inserção do status de emergência na PEC dos combustíveis. O Estadão/Broadcast apurou também que a equipe econômica tenta limitar expansão de gasto à ingresso de R$ 54 bilhões em receita extra, incluindo os dividendos recebidos da privatização da Eletrobras.
Mais cedo, a Fundação Getulio Vargas (FGV) informou que o Índice de Confiança da Indústria (ICI) cresceu 1,5 ponto em junho, o que também influencia no preço do dólar. Com a terceira alta consecutiva, o índice atingiu 101,2 pontos, o nível mais elevado desde novembro de 2021 (102,1 pontos). Entre julho do ano passado e março de 2022, o ICI acumulou uma queda de 13 pontos.
Última cotação do dólar
Nesta segunda-feira (27), o dólar terminou em queda de 0,12%, a R$ 5,247, interrompendo uma sequência de 3 altas consecutivas.
Com informações de Estadão Conteúdo
Notícias Relacionadas