Dólar tem queda de 0,5%, com alívio dos títulos do Tesouro dos EUA
O dólar opera em queda no primeiro dia de negociação do mês de março após a forte valorização de 1,66% no último pregão, em meio à queda no rendimento dos títulos públicos dos Estados Unidos (Treasuries). Nas últimas semanas, o maior retorno destes títulos pressionou a moeda norte-americana, que teve uma guinada inesperada.
Por volta das 14h30, nesta segunda-feira (1), o dólar tinha queda de 0,57%, negociado a R$ 5,56785. Apesar de hoje apresentar recuo, os investidores permanecem atentos à saída de capital estrangeiro do Brasil e os desdobramentos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial do auxílio emergencial.
Na análise do Sócio e Head de Renda Variável da Monte Bravo Investimentos, Bruno Madruga, a estimativa desta segunda é de queda. “A expectativa para o dia é um recuo do dólar em virtude de que sexta-feira observamos forte valorização, e também tem um certo alívio dos juros americanos que estão recuando”.
O rendimento das notas do Tesouro de 10 anos, o custo de empréstimo de referência nos mercados de dívida globais, recuou para 1,416%, de 1,459% na última sexta-feira (26). Os rendimentos caem enquanto os preços dos títulos sobem, com base na oferta e demanda pelos papéis.
A disparada dos títulos para o maior patamar dos últimos 12 meses acendeu o sinal de alerta aos investidores. Com maior rendimento das notas públicas, o investimento em ativos de maior risco, como as ações, se torna menos atraente.
Com os Treasuries mais atrativos, o fluxo de capital dos estrangeiros se direcionam para os EUA. “Estamos notando uma forte saída do capital estrangeiro do Brasil. Isso não é bom para o Real, forçando a valorização do dólar no médio prazo”, disse Madruga.
PEC do auxílio emergencial
No cenário político econômico brasileiro, o foco do investidor está no desdobramento da PEC que destrava o auxílio emergencial. O governo federal enfrenta dificuldades para aprovar o benefício no formato defendido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
O chefe da equipe econômica aposta na aprovação dessa proposta para destravar a pauta liberal apresentada ao Congresso e, a aliados, indicam que esse projeto pode definir a permanência ou não do ministro no governo.
“Para hoje especificamente será dia de queda, mas tem bastante preocupação com a PEC emergencial que vai destravar o auxílio emergencial e, se vai incluir ou não contrapartida fiscal”, apontou Madruga.
Última cotação do dólar
Na última sessão, sexta-feira (27), o dólar encerrou em alta de 1,66%, negociado a R$ 5,60.