Dólar avança 1,6%, com foco em auxílio emergencial e taxas do Tesouro dos EUA
Após o início de semana agitado, o foco do mercado está voltado para a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do auxílio emergencial. Já no cenário externo, os títulos do tesouro norte-americano (Treasuries) foram elevados para o nível mais alto em um ano. Com as novas movimentações no radar do mercado, o dólar hoje avança e bate próximo dos R$ 5,50.
Por volta das 14h, o dólar disparava a 1,64%, negociado a R$ 5,4980. Com o foco no auxílio emergencial, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse que há possibilidade de que apenas a discussão seja iniciada, ficando a votação para a próxima semana. Pacheco admitiu que pode ocorrer o fatiamento da PEC.
Na análise do Head de Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, a PEC do auxílio é o principal assunto interno. Isso porque as movimentações sobre Petrobras (PETR4)e Eletrobras (ELET3) deram uma acalmada no mercado.
“O assunto Petrobras e Eletrobras já deu uma acalmada, saiu o resultado da Petrobras e foi bom, muito bom mesmo, e as coisas acalmaram porque o mercado deve ter analisado que a intervenção foi um movimento péssimo, mas é o que temos para hoje”, disse Weigt.
Foco do mercado está nas taxas de juros norte-americanas
No âmbito internacional, o que chama atenção do mercado e movimenta o dólar é a taxa de juros norte-americana.
“O que realmente está movendo os mercado hoje é a taxa de juros americana. Nas últimas vezes que [Jerome] Powell se pronunciou ele foi bem dovish. As taxas de curto prazo não apresentaram grandes oscilações, mas a de 10 anos abriu muito, ta subindo bastante, para padrões de mercados desenvolvidos”, apontou Weigt.
Dovish se diz quando as autoridades monetárias de um país estão propensas a adotar uma política expansionista leniente com a inflação, voltada para manutenção da atividade econômica, com juros mais baixos.
O apetite por risco foi retomado após as falas do Federal Reserve (Fed) nesta semana, embora a alta do rendimento dos títulos ainda preocupe. O otimismo com a recuperação econômica, trazendo a expectativa por inflação — eleva os Treasuries para o nível mais alto em um ano.
O rendimento da nota do Tesouro de 10 anos avançou para 1,413%, de 1,388% na quarta.
Neste ínterim, as companhias da “nova economia”, que tem a maior parte dos seus lucros no futuro, são mais impactadas pois caso a inflação exija um aumento na taxa de juros referencial, o custo de capital e a taxa de desconto para os fluxos de caixa futuros é maior.
Última cotação do dólar
Na última sessão, quarta-feira (24), o dólar encerrou o pregão em queda de 0,39%, cotado a R$ 5,42.