Dólar recua com apetite por risco no exterior; incerteza sobre precatórios limita
O dólar à vista opera em queda moderada nesta terça-feira (9), após oscilar nos primeiros negócios. O alívio acompanha a queda do dólar e dos juros dos Treasuries no exterior, com investidores à espera de dados de inflação ao produtor (PPI) dos EUA e comentários de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que na semana passada começou a reverter sua agressiva política de estímulos monetários.
Às 10h25, desta terça, o dólar hoje caía 0,52%, a R$ 5,51. O dólar futuro para dezembro recuava 0,40%, a R$ 5,5495.
No entanto, a queda ante o real é limitada pela incerteza dos investidores sobre a votação de destaques e do texto da PEC dos Precatórios em segundo turno na Câmara hoje. Os investidores também acompanham o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) da liminar da ministra Rosa Weber, que determina a suspensão temporária de repasses feitos pelo governo Jair Bolsonaro a parlamentares da base aliada por meio do orçamento secreto.
Para a votação da PEC hoje, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), liberou que parlamentares gestantes ou aqueles com problemas de saúde participem de votações da Casa de maneira remota. O ato pode ajudar a formar a maioria necessária de 308 votos para aprovar o texto, em um cenário no qual parlamentares podem mudar o posicionamento adotado no primeiro turno, quando a PEC foi aprovada por 312 a 144.
“A votação [da PEC dos Precatórios] acontece mesmo com o STF julgando os pagamentos de emendas já com três votos pela suspensão, mas há possibilidade de pedidos de vistas e parlamentares já planejam outro modelo de repasse, o que trariam novamente muitas incertezas sobre o funding para sustentar o pagamento do auxílio emergencial aos necessitados”, analisou o relatório da Mirae Asset.
Sobre o orçamento secreto, quatro ministros do STF já votaram a favor da suspensão dos repasses parlamentares feitos por meio de emendas de relator, esquema revelado pelo Estadão/Broadcast em maio. Não há, até agora, nenhum contrário ao veto dos repasses.
Mais cedo, a Fundação Getulio Vargas (FGV) informou que o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) acelerou em cinco das sete capitais pesquisadas na primeira quadrissemana de novembro, na comparação com o fechamento de outubro.
Última cotação do dólar
Na ultima sessão, segunda-feira (8), o dólar encerrou o pregão em alta de 0,33%, negociado a R$5,54.
(Com informações do Estadão Conteúdo)