O dólar abriu em queda nesta quarta-feira (10), à espera do resultado das reuniões do Federal Reserve (Fed) com os próximos passos da política monetária da maior potência do planeta.
Por volta das 9h20, o dólar operava em queda de 0,501%, sendo negociado a R$ 4,8632 na venda. O mercado está de olho no relatório de projeções da OCDE para a economia global.
Além disso, segue no radar dos investidores a deflação do IPCA em maio, a maior queda desde 1998.
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Dólar à espera do Fed
Os mercados globais operam no vermelho nesta quarta-feira, à espera do resultado das reuniões do Fed, de olho nos próximos passos da política monetária norte-americana. Os investidores esperam que a autoridade monetária central do país mantenha as taxa de juros entre 0,0% e 0,25% após a conclusão das reuniões do FOMC.
Desde março, quando trouxe a taxa de juros a próximo de zero, o Fed tem lançado uma série de esforços para sustentar a economia durante o período de crise. Já foram injetados mais de US$ 1,5 trilhão (cerca de R$ 7,35 trilhões).
Na última semana, o Banco Central Europeu (BCE) expandiu seu programa de estímulos à economia para 1,35 trilhão de euros (cerca de R$ 7,68 trilhões) no combate à pandemia. Em comunicado, a autoridade monetária central informou que compraria dívidas governamentais e corporativas até junho do ano que vem. Além disso, a principal taxa de juros da zona do euro foi inalterada, permanecendo em 0,5%.
O mercado dos EUA aguarda a entrevista de Jerome Powell, presidente do Fed, às 15h30 (horário de Brasília), com as perspectivas para a atividade econômica do País.
OCDE prevê tombo econômico
Caso uma segunda onda de infecções do novo coronavírus (Covid-19) atinja a América Latina, a economia da região será impactada em mais um ponto percentual, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). De acordo com o relatório divulgado nesta quarta-feira (10), o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil pode cair até 9,1%.
De acordo com a organização internacional, a resposta do governo brasileiro foi “oportuna e precisa”, mas pontua que a doença continua em crescimento no país. A OCDE salientou que é necessário que o País retome o caminho das reformas estruturais após a pandemia.
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“O Brasil tem tudo o que precisa para crescer de maneira muito mais forte e melhor, e algumas poucas reformas cruciais poderiam fazer enorme diferença”, afirmou Jens Arnold, economista sênior da OCDE para assuntos relacionados a Brasil e Argentina. Sem uma segunda onda, o PIB brasileiro cairia 7,4%.
No início de março, antes do coronavírus se tornar uma pandemia, a OCDE previa um crescimento de 2,4% na economia global em 2020. Agora, já em meio à crise, a previsão de um recuo de, no mínimo, 6%. A estimativa para 2021 é de um avanço de 5,2%.
Deflação em maio
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve variação negativa de 0,38% no mês passado. Essa é a maior queda desde agosto de 1998, quando ficou em -0,51%.
No ano, o indicador acumula uma deflação de 0,16% e, nos últimos doze meses, alta de 1,88% abaixo dos 2,40% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em maio do ano passado, a taxa havia ficado em 0,13%. Por sua vez, em abril deste ano o indicador registrou uma variação negativa de 0,31%.
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Dos nove grupos pesquisados pelo IBGE, cinco registraram deflação em maio. Apenas quatro grupos tiveram altas, com destaque para o de Artigos de residência, que teve variação positiva de 0,58%. Por outro lado, nas maiores quedas, está o grupo de Transportes, com deflação de 1,90%.
Última cotação do dólar
Na sessão da última terça-feira, o dólar encerrou o pregão em alta de 0,69%, negociado a R$ 4,8885 na venda.