Dólar fecha em queda de 0,59%, sem apoio de mercados de NY

O dólar iniciou a semana com perdas no mercado doméstico de câmbio. Nesta segunda-feira (5), sem apoio das bolsas de Nova York devido ao feriado do Dia do Trabalho nos EUA, a moeda baixou 0,59%, a R$ 5,1540.

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O feriado deprimiu a liquidez e deixou a formação da taxa de câmbio mais suscetível a negócios pontuais.

Além disso, também houve avanço dos preços das commodities na esteira de anúncio de estímulos monetários na China. Houve relatos de entrada de fluxo externo e movimento de ajustes e realização de lucros, dado que a divisa fechou a semana passada com alta de 2,10%.

Fora uma alta esporádica e bem limitada nos primeiros minutos do pregão, quando registrou a máxima da sessão (R$ 5,1904), o dólar operou em baixa ao longo de toda o dia.

À tarde, renovou sucessivas mínimas, flertando com rompimento do piso de R$ 5,15, ao tocar R$ 5,1507 (-0,66%).

Termômetro do apetite por negócios, o contrato de dólar futuro para outubro apresentou giro deprimido, inferior a US$ 8 bilhões.

“O que está impactando o dólar hoje é mesmo essa alta mais forte das commodities. Parece que existe um fluxo bom para a Bolsa ajudando o câmbio”, afirma o analista de câmbio da corretora Ourominas, Elson Gusmão, ressaltando que a liquidez esta muito reduzida. “A única coisa que podemos prever para o câmbio é muita volatilidade. Além das questões externas, temos um período conturbado com as eleições”.

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No exterior, o dólar subiu em relação a moedas fortes, em especial o euro, que atingiu o menor nível em 20 anos, abalado pela crise energética na Europa. A estatal russa Gazprom interrompeu o fornecimento de gás ao continente por meio do gasoduto Nord Stream 1 por tempo indeterminado pretextando necessidade de manutenção. A Europa sofre com a combinação de perda de fôlego da atividade com inflação recorde.

O PMI Composto da zona do euro, que abrange indústria e serviços, caiu para 48,9 em agosto, o menor nível em 18 meses. As vendas no varejo na região subiram 0,3% em julho em relação a junho, abaixo do esperado (+0,4%). Na comparação anual, houve retração de 0,9%.

Apesar do temor de estagflação, especula-se que o Banco Central Europeu possa anunciar, na quinta-feira, 8, alta da taxa de juros em 75 pontos-base. Também na quinta-feira o mercado vai monitorar discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, para calibrar as apostas para o tamanho do ajuste monetário nos EUA.

Em relação a divisas emergentes e de exportadores de commodities, o dólar teve comportamento misto, com queda na comparação com real, rand sul-africano e o peso colombiano. Na contramão, apareciam o peso mexicano e o chileno, que reverteu os ganhos vistos mais cedo, atribuídos ao fato de a população chilena ter rejeitado, em plebiscito, a nova Constituição.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Victória Anhesini

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