Dólar fecha em queda com estimativas para Selic no radar

O dólar encerrou as negociações desta segunda-feira (25) em queda de 1,27%, frente ao real, valendo R$ 5,556 na venda.

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O dólar hoje seguiu de olho nas expectativas do mercado para a decisão do Copom sobre a taxa Selic — que deve ser anunciada na próxima quarta-feira (27). A expectativa aumentou após a deterioração do cenário fiscal levar a uma abertura da curva de juros, conforme lembra o BTG Pactual Digital.

O BTG Pactual projeta um aumento de 1,5 ponto percentual (p.p) da Selic na próxima reunião, para 7,75% ao ano.

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Além da nova Selic, o BTG Pactual Digital destaca que o mercado acompanha a PEC dos precatórios que deve ser votada esta semana em plenário na Câmara após a aprovação em comissão especial.

Movimentação do dólar hoje

No início do dia, o dólar americano subiu até R$ 5,6596 nos primeiros negócios, mas logo zerou a alta e passou a cair, enquanto o mercado estendia os ajustes do fim do pregão de sexta, após confirmação da permanência do ministro da Economia, Paulo Guedes.

No decorrer da sessão, a divisa norte-americana continuou caindo, ao passo que o mercado saia do dólar e migrava para a Bolsa de Valores brasileira, segundo o economista-chefe da J.F. Trust, Eduardo Velho.

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Os investidores também acompanharam o Relatório de Boletim Focus, que trouxe alteração para o cenário do dólar em 2021 e 2022.

A mediana das expectativas para a moeda norte-americana no fim de período este ano passou de R$ 5,25 para R$ 5,45, ante R$ 5,20 de um mês atrás. Para 2022, a estimativa para o dólar também subiu de R$ 5,25 para R$ 5,45, de R$ 5,24 há quatro semanas.

Notícias que movimentaram o dólar

Além disso, veja algumas notícias que movimentaram o dólar durante a sessão de hoje:

  • Biden defende pacotes de gastos e alerta para impacto do clima na infraestrutura
  • Mercado prevê que taxa básica de juros feche o ano em 8,75%
  • Para FGV, alta da confiança do consumidor em outubro é acomodação

Biden defende pacotes de gastos

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, voltou a defender seus pacotes de gastos e alertou para o impacto da mudança climática na infraestrutura do País. Durante um discurso na cidade de Kearny, em Nova Jersey, o chefe da Casa Branca também disse que é preciso investir em educação infantil para competir na “economia do século 21”.

Em meio a impasses entre as diferentes alas do Partido Democrata sobre os pacotes fiscais, Biden tem rodado o país para fazer propaganda de sua agenda econômica, que está paralisada no Congresso.

Um ano antes das eleições legislativas de meio turno, quando a legenda governista pode perder maioria no Câmara dos Representantes e no Senado, Biden tem reunido eleitores para defender o pacote de investimentos em infraestrutura, com montante estimado em US$ 1 trilhão, e o plano de gastos sociais e ambientais, orçado em US$ 3,5 trilhões.

Selic deve fechar o  ano em 8,75%

Diante do aumento da inflação, a expectativa do mercado financeiro é que a taxa básica de juros, a Selic, encerre 2021 em 8,75% ao ano. Na semana passada, a estimativa era de 8,25% ao ano, de acordo com o boletim Focus, pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), com a projeção para os principais indicadores econômicos, divulgado hoje.

A Selic está estabelecida atualmente em 6,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. Nesta semana, o colegiado se reúne novamente e deve repetir os aumentos promovidos nos últimos cinco encontros.

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A taxa está no nível mais alto desde julho de 2019, quando era 6,5% ao ano. De março a junho, o Copom tinha elevado a taxa em 0,75 ponto percentual em cada encontro. No início de agosto, o BC passou a aumentar a Selic em 1 ponto a cada reunião. Agora, o mercado espera uma elevação maior, de 1,25 ponto, para que a taxa suba a 7,5% ao ano, nesta reunião.

Confiança do consumidor: mais uma acomodação do que uma reversão de tendência

A alta de 1,0 ponto, em outubro ante setembro, no Índice de Confiança do Consumidor (ICC), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), é mais uma acomodação do que uma reversão de tendência, que sugira crescimento sustentável do otimismo e da disposição das famílias em consumir. A avaliação é de Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das sondagens de confiança do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV).

A alta de outubro foi a primeira após dois meses de quedas, com destaque para o tombo de 6,5 pontos em setembro ante agosto. “Temos uma recuperação de parte da queda de setembro. Não dá para dizer que é reversão ou aumento do otimismo. É uma diminuição do pessimismo”, afirmou a pesquisadora do Ibre/FGV.

Segundo Seda, a análise desagregada dos componentes do ICC traz tanto pontos positivos quanto negativos para as perspectivas dos próximos meses. A confirmação da elevação do valor médio do Bolsa Família – que deverá mudar de nome para Auxílio Brasil e incluir os auxílios emergenciais que vinham sendo pagos em meio à crise causada pela covid-19 – pode melhorar um pouco a confiança entre os consumidores mais pobres.

Cotação do dólar nesta sexta (22)

Na última sessão, sexta-feira (22), o dólar encerrou o pregão em queda de 0,71%, negociado a R$ 5,62.

Com informações do Estadão Conteúdo

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Laura Moutinho

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