Dólar fecha em queda de 1,42% após Fed anunciar que iniciará tapering

O dólar encerrou as negociações desta quarta-feira (3) em queda de 1,42%, frente ao real, valendo R$ 5,590 na venda.

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O dólar hoje ficou de olho na decisão do banco central dos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed), sobre o início do processo de tapering nos Estados Unidos ao final de novembro deste ano.

João Beck, economista e sócio da BRA, aponta que “a primeira reação do mercado ao comunicado do Fed é a abertura da curva longa de juros e “steepening” da curva. O tappering foi dentro do esperado. Mas o mercado ainda enxerga que o comunicado foi leniente com a ameaça da inflação e o mercado “aposta” que o Fed está cometendo um erro de política monetária e terá que apertar os juros à frente.”

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Já no cenário nacional, Beck aponta que o mercado acompanhou a Ata do Copom que, segundo ele, é uma extensão do último comunicado na reunião do comitê.

Na Ata, o comitê do Banco Central reafirmou a intenção de promover novo aumento da Selic em dezembro. Após a elevação de 150 pontos-base semana passada, para 7,75% ao ano, o BC “antevê outro ajuste da mesma magnitude”. O comitê afirma que “o cenário básico e o balanço de riscos do Copom indicam ser apropriado que o ciclo de aperto monetário avance ainda mais no território contracionista”. Ao mesmo tempo, a autoridade monetária deixou a porta aberta para um aumento até maior.

A Ata “passa uma mensagem dura e mais realista ao mercado de que irá perseguir a meta de inflação. Assim, estamos vendo forte “flattening” da curva, com queda das taxas longas. É um passo importante para dar confiança ao mercado, pelo menos no fronte monetário. Precisamos agora que venha uma atitude parecida no lado fiscal do governo na mesma magnitude”, completa Beck.

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Movimentação do dólar hoje

No início do dia, o dólar americano abriu estável após o tom considerado mais duro (“hawkish”) sobre inflação e risco fiscal contidos na ata do Copom em relação ao comunicado da reunião da semana passada.

Pela manhã, os investidores também acompanhavam a possibilidade de o governo prorrogar o auxílio emergencial via medida provisória, conforme fontes disseram ao Jornal O Estado de S.Paulo na segunda-feira, e as negociações na Câmara para votar a PEC dos Precatórios nesta quarta-feira.

No decorrer da sessão, a divisa norte-americana passou a operar em queda enquanto os investidores estavam esperando que o Fed fisesse o anúncio oficial do “tapering“, processo de redução gradual da compra de títulos americanos.

Notícias que movimentaram o dólar

Além disso, veja algumas notícias que movimentaram o dólar durante a sessão de hoje:

  • Fed vai começar redução de estímulos nos EUA (tapering) no final de novembro
  • PEC dos Precatórios: Lira convoca sessão para votar texto às 18h
  • Superávit da balança comercial é o mais baixo para outubro desde 2015

Fed vai começar tapering em novembro

O banco central dos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed) anunciou nesta quarta-feira (3) que iniciará o processo de tapering nos Estados Unidos ao final de novembro desse ano.

O mercado já aguardava a decisão de política monetária do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), e também esperava uma definição do cronograma para o início da retirada dos estímulos à política monetária, processo conhecido como tapering.

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De acordo com a decisão do Fed, haverá uma redução de US$ 10 bilhões em Treasuries , títulos da dívida pública americana,  e US$ 5 bilhões em e ativos lastreados em hipotecas, o que corresponde a uma redução de US$ 15 bilhões na compra de papéis.

PEC dos Precatórios pode ser votada hoje (ou não)

Em decisão recente, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), convocou sessão deliberativa para votar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios nesta quarta-feira (3) às 18h.

A decisão de votar a PEC dos Precatórios hoje trata-se de um ato incomum, dado que os deputados tendem a ficar fora de Brasília em semanas com algum feriado .

A escolha de um horário tardio é uma tentativa de aumentar a presença de parlamentares no Plenário, enquanto reuniões e tentativas de acordo devem ocorrer ao longo desta tarde em busca de apoio.

Por ser uma PEC, é preciso obter, no mínimo, 308 votos favoráveis. A oposição no entanto, já deixou claro que pretende votar de forma unificada contra o texto.

Balança comercial

O crescimento das importações e a desaceleração das exportações de alguns produtos fizeram o superávit da balança comercial cair para o nível mais baixo em seis anos em outubro. No mês passado, o país exportou US$ 2,004 bilhões a mais do que importou.

Esse foi pior resultado para o mês desde 2015, quando o superávit tinha atingido US$ 1,567 bilhão. Em relação a outubro do ano passado (resultado positivo de US$ 4,404 bilhões), a queda chega a 54,5% pelo critério da média diária.

O saldo recuou, mesmo com as exportações totais batendo recorde. No mês passado, as exportações somaram US$ 22,52 bilhões, alta de 27,6% sobre outubro de 2020 pelo critério da média diária. As importações, no entanto, cresceram mais e totalizaram US$ 20,516 bilhões, alta de 54,9% na mesma comparação.

Cotação do dólar nesta segunda (1º)

Na última sessão, segunda-feira (1), o dólar encerrou o pregão em alta de 0,43%, negociado a R$ 5,67.

(Com informações do Estadão Conteúdo e da Agência Brasil)

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Laura Moutinho

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