O dólar encerrou as negociações desta quarta-feira (27) em queda de 0,31%, frente ao real, valendo R$ 5,5546 na venda.
O dólar hoje foi pressionado pela incerteza se a PEC dos Precatórios será mesmo votada nesta quarta-feira, após adiamento de ontem na Câmara. A proposta cria um limite para o pagamento de dívidas judiciais e flexibiliza também o teto de gastos para abrir caminho ao Auxílio Brasil turbinado a R$ 400 mensais em ano eleitoral.
O mercado também segue à espera da decisão do Comitê de Política Monetária sobre a Selic. A expectativa é de que o Copom deve ser mais duro no comunicado da reunião de hoje por causa da pressão inflacionária e sinais de piora das contas públicas neste ano e em 2022. A Selic hoje está a 6,25% ao ano.
A Genial Investimentos prevê que o Banco Central anunciará um aumento de 3 pontos percentuais na reunião de hoje, e a Selic passará para 9,25% ao ano. O Goldman Sachs, por sua vez, sugere que o que o Copom pode elevar a Selic em até 2 pontos percentuais.
Movimentação do dólar hoje
No início do dia, o dólar americano operava em leve queda, puxado pela cautela fiscal. Com a brecha do teto de gastos, parlamentares querem R$ 16 bilhões para emendas do relator, além de aumento do fundo eleitoral para R$ 5 bilhões.
No decorrer da sessão, a divisa norte-americana operava entre perdas e ganhos, acompanhando também a taxa de desocupação no Brasil, que ficou em 13,2% no trimestre encerrado em agosto, exatamente no piso das estimativas na pesquisa do Projeções Broadcast, que tinha intervalo entre 13,2% e 13,7%, com mediana de 13,5%.
Zeller Bernardino, especialista em câmbio da Valor Investimentos, destacou que hoje o dólar oscilou entre altas e baixas, uma vez que os investidores estavam cautelosos aguardando o resultado da reunião do Copom. O dólar fechou em leve queda hoje, e continuou em um patamar elevado frente ao real, contudo, ele destaca que houve um alívio em relação a semana passada após a debandada na equipe econômica.
Notícias que movimentaram o dólar
Além disso, veja algumas notícias que movimentaram o dólar durante a sessão de hoje:
- Taxa de desemprego fica em 13,2% no trimestre até agosto, afirma IBGE
- Câmara deve votar nesta quarta-feira a PEC dos Precatórios
- Câmara dos EUA está próxima de um acordo sobre prioridades de pacotes, diz Pelosi
Taxa de desemprego fica em 13,2%
A taxa de desocupação no Brasil ficou em 13,2% no trimestre encerrado em agosto, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados na manhã desta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou no piso das estimativas na pesquisa do Projeções Broadcast, que tinha intervalo entre 13,2% e 13,7%, com mediana de 13,5%.
Em igual período de 2020, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 14,4%. No trimestre móvel terminado em julho, a taxa de desocupação estava em 13,7%.
A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.489 no trimestre encerrado em agosto. O resultado representa queda de 10,2% em relação a igual período do ano anterior.
PEC dos Precatórios: na pauta de hoje?
A Câmara dos Deputados deve votar nesta a quarta-feira a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios, que cria um limite para pagamento de dívidas judiciais e flexibiliza também o teto de gastos para abrir caminho ao Auxílio Brasil turbinado a R$ 400 mensais em ano eleitoral.
Segundo o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), há “questões legais de adequação de texto” da PEC dos precatórios para serem discutidas ainda com as bancadas. Conforme apurou o jornal O Estado de S.Paulo, o governo já admite nos bastidores que a votação ficou para hoje para “clarificar” partes do texto que têm gerado dúvida entre parlamentares.
Lira disse ontem que tem dialogado com líderes da base do governo e que vai procurar lideranças da oposição “para ter um sentimento sobre o texto” da PEC. “Muito provavelmente estará pronto para ir à votação amanhã [quarta-feira]”, afirmou.
Pacotes de gastos nos EUA: parlamentares perto de um acordo
A presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, disse nesta quarta-feira que os parlamentares estão perto de um acordo sobre as prioridades dos pacotes de gastos propostos pelo presidente norte-americano, Joe Biden. Em meio a impasses entre as diferentes alas do Partido Democrata, a agenda econômica do governo está paralisada no Congresso.
Um ano antes das eleições legislativas de meio mandato, quando a legenda governista pode perder maioria no Câmara e no Senado, Biden tem pressionado pela aprovação de um pacote de investimentos em infraestrutura, com montante estimado em US$ 1 trilhão, e um plano de gastos sociais e ambientais, orçado em US$ 3,5 trilhões, mas cujo valor deve ser reduzido para agradar democratas centristas.
Em carta enviadas aos deputados do partido, Pelosi chamou os projetos de lei de “históricos” e “transformadores”.
“Estamos satisfeitos com o robusto pacote climático e gratos aos nossos presidentes e membros dos comitês do Congresso por suas propostas sábias para atender às metas do presidente”, frisou a presidente da Câmara.
Cotação do dólar na terça
Na última sessão, terça-feira (26), o dólar encerrou o pregão em alta de 0,32%, negociado a R$ 5,57.
Com informações do Estadão Conteúdo.