Dólar fecha estável após payroll frustrar expectativas

O dólar encerrou as negociações desta sexta-feira (3) em leve alta de 0,03%, frente ao real, valendo R$ 5,185 na venda. No entanto, no decorrer da semana a moeda norte-americana acumulou uma queda de 0,19%.

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Seguiu no radar do dólar hoje, o payroll dos Estados Unidos, que mostrou a criação de 235 mil vagas de trabalho em agosto, número bem abaixo das expectativas do mercado de 725 mil vagas, destaca Marcelle Gutierrez, da mesa RV.

Gutierrez aponta ainda que “o dia é de valorização da maioria das moedas emergentes contra o dólar, mas no real pesam as incertezas locais, como risco fiscal após a aprovação da reforma do IR e tensões políticas, com a chegada do feriado de 7 de setembro, que terá manifestações pró e contra o governo de Jair Bolsonaro.”

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Movimentação do dólar

O dólar americano abriu a sessão de hoje em baixa, logo após a divulgação dos dados de emprego dos EUA (payroll) decepcionar os mercados internacionais.

O resultado abaixo do esperado elevou as apostas do mercado financeiro de que o Fed não anunciará o corte de suas compras de títulos (tapering) mais cedo do que o esperado.

No decorrer da sessão, o dólar operou volátil com o mercado cauteloso com a questão fiscal e com as expectativas sobre o desfecho das manifestações marcadas para a próxima terça-feira (7).

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Notícias que movimentaram o dólar

Veja algumas notícias que movimentaram o dólar durante a sessão de hoje:

  • Payroll: Número de 235 mil empregos nos EUA frustra mercado e projeções
  • Muito da questão fiscal é ruído, diz secretário especial de Tesouro e Orçamento
  • Funchal: reforma do IR leva a cerca de R$ 20 bi de perda a Governo Central

Payroll

Em dados recentes do Payroll, foi reportada uma criação de 235 mil empregos em agosto nos Estados Unidos. O resultado ficou bem abaixo da expectativa dos analistas e das projeções de mercado, que previam a geração de 400 mil a 900 mil vagas no último mês, com a mediana em 750 mil.

No mês, os empregadores enxugaram drasticamente as contratações, em meio aos temores pelo avanço da variante Delta, o que poderia causar novas restrições à mobilidade.

Por outro lado, a taxa de desemprego dos EUA recuou de 5,4% em julho para 5,2% em agosto, como se previa. Além disso, o Departamento do Comércio revisou para cima os números de geração de postos de trabalho de julho, de 943 mil para 1,053 milhão, e também de junho, de 938 mil para 962 mil.

Volatilidade do mercado

O secretário especial de Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Bruno Funchal, avaliou nesta sexta-feira que uma das fontes de volatilidade do mercado atualmente é a questão fiscal. Ele ponderou, no entanto, que “muito dessa questão fiscal é ruído”.

Durante evento virtual Scoop Day, com transmissão pela TC Rádio e pelo YouTube do TC, o secretário Funchal disse que o governo está se preparando com medidas que reforçam o colchão de liquidez para momentos de maior volatilidade.

“O Tesouro tirou um pouco o pé do acelerador das emissões, mas sabemos que precisamos captar. O trabalho tem sido bem feito”, avaliou Funchal.

O secretário especial afirmou que o quadro fiscal brasileiro está melhor do que no passado, apesar de alguns indicadores financeiros não estarem acompanhando essa evolução. Funchal destacou, em especial, o comportamento das curvas de juros ao longo de 2021, principalmente depois de julho. Segundo ele, houve um crescimento acentuado, especialmente na ponta longa, que traz incerteza.

Reforma do Imposto de Renda

Funchal também calculou nesta sexta-feira que a reforma do Imposto de Renda leva a cerca de R$ 20 bilhões de perda para Governo Central. Ele disse que o número oficial das contas cabe à Receita Federal, mas é com esse montante aproximado que o governo está trabalhando.

O secretário especial de Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia disse que a reforma tributária já caminhou e que a administrativa deve ficar para terceiro plano ainda que ele veja algum espaço para o início de tramitação na Câmara.

Durante o Scoop Day ele também enfatizou que o governo vai reduzir quase 2 pontos porcentuais do Produto Interno Bruto (PIB) com gastos de um mandato do governo para outro.

Ele salientou que a melhor forma de colocar as contas públicas em dia é por meio da diminuição de despesas, mas que esse é um limite que é preciso balancear. “Tem um limite essa perda. Agora não tem tanto espaço para fazer redução de carga”, comentou.

Cotação do dólar na quinta (2)

dólar encerrou as negociações de quinta-feira (02) em leve queda de 0,03%, frente ao real, valendo R$ 5,183 na venda.

Com informações do Estadão Conteúdo

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Laura Moutinho

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