Dólar fecha em queda com Fed e reforma do IR no radar

O dólar encerrou as negociações desta segunda-feira (27) em queda de 0,12%, frente ao real, valendo R$ 5,189 na venda.

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Seguiram no radar do dólar hoje o as negociações envolvendo o pagamento de precatórios, reforma do IR e aumento do Bolsa Família. O governo tem até esta terça-feira (31) para enviar ao Congresso o projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2022.

Além disso, o discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), durante o simpósio de Jackson Hole na última sexta-feira (27) também movimentou o câmbio. Powell destacou a avaliação de que o Fed pode começar a reduzir o programa de compra de títulos do Tesouro no valor de US$ 120 bilhões mensais no fim do ano.

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Os investidores também aguardam a divulgação do payroll na próxima sexta-feira (30).

Movimentação do dólar

O dólar americano abriu a sessão de hoje em alta, com a piora nas projeções para o IPCA em 2021 e 2022 no relatório Focus. Contudo, o IGP-M de agosto desacelerou para 0,66% ante 0,78% em julho.

No decorrer da sessão, o dólar virou para queda com os sinais de pressão de investidores “vendidos” em contratos cambiais. Isso porque a terceira coleta de taxas nas mesas de operação para formação da Ptax diária aconteceu às 12 horas de hoje.

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Até a definição da taxa, o dólar deve operar de forma mais volátil. A nova Ptax, definida amanhã, servirá na quarta-feira (dia 1º) para os ajustes de contratos cambiais e de resultados corporativos do período.

Notícias que movimentaram o dólar

Veja algumas notícias que movimentaram o dólar durante a sessão de hoje:

  • Boletim Focus volta a elevar projeção do IPCA
  • Governo Central tem déficit primário de R$ 19,8 bilhões em julho
  • Sem despesas com covid, déficit no ano seria ‘muito próximo de zero’, diz Tesouro

Boletim Focus

De acordo com o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano deverá ser 7,27%. A previsão desta semana é 0,16 ponto percentual maior que na última semana. Essa foi a 21ª elevação consecutiva da projeção para a inflação.

As projeções dos economistas compiladas pelo Boletim Focus para o aumento de preços na economia já está acima do centro da meta de 2021, de 3,75%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto percentual (de 2,25% a 5,25%).

No que se refere à taxa básica de juros da economia (Selic), utilizada como ferramenta de política monetária justamente para conter a inflação, a estimativa é a mesma da semana passada.

Déficit primário do Governo Central

O aumento da arrecadação e a diminuição de gastos relacionados à pandemia de covid-19 fizeram o déficit do Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) cair em julho na comparação com 2020. No mês passado, o resultado ficou negativo em R$ 19,829 bilhões.

A quantia representa queda de 79,3% em relação ao déficit do mesmo mês do ano passado, quando os desembolsos para o combate à pandemia estavam no auge. Em julho de 2020, o déficit tinha ficado em R$ 87,886 bilhões, resultado negativo recorde para o mês.

O resultado veio melhor que o previsto. Segundo a pesquisa Prisma Fiscal, divulgada todos os meses pelo Ministério da Economia, as instituições financeiras projetavam déficit primário de R$ 31,4 bilhões para julho.

Sem despesas com covid, déficit no ano seria ‘muito próximo de zero’

Durante coletiva para divulgar os resultados de julho, o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, disse que, sem as despesas do governo com a pandemia do covid-19, o Governo Central (Tesouro Nacional, Banco Central e INSS) teria um déficit acumulado de janeiro a julho de R$ 3 bilhões, “muito próximo de zero”.

Bittencourt ressaltou ainda que o saldo não foi tão bom como nos primeiros meses de 2021, mas bem melhor do que julho do ano passado, quando foi negativo em R$ R$ 87,886 bilhões, com grande impacto de gastos e renúncias de receitas por conta da pandemia do coronavírus.

Ele comentou ainda que a redução do déficit do Regime Geral de Previdência Social em R$ 103,4 bilhões em julho ante o mesmo mês do ano passado se deveu a um efeito calendário, já que, em 2020, o pagamento do 13º salário havia sido antecipado para julho, o que não ocorreu neste ano.

Cotação do dólar na sexta (27)

O dólar encerrou as negociações de sexta-feira (27) em queda de 1,17%, frente ao real, valendo R$ 5,196 na venda.

Com informações do Estadão Conteúdo

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Laura Moutinho

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