O dólar encerrou as negociações desta segunda-feira (9) em alta de 1,97%, cotado a R$ 4,726. Este é o maior valor nominal, sem considerar a inflação, da história.
A moeda americana operou em alta ante o real durante toda esta segunda-feira. O Banco Central (BC) realizou novos leilões da moeda norte-americana para, ao menos, tentar conter a desvalorização do real.
O primeiro leilão, pela manhã, foi de US$ 3 bilhões. Já o da tarde negociou cerca de US$ 465 milhões como forma de conter a alta da moeda.
Além disso, o diretor de política monetária do BC, Bruno Serra Fernandes, afirmou que as intervenções da autoridade monetária “podem durar o tempo que for necessário para o retorno do regular funcionamento do mercado de câmbio”.
A alta do dólar em relação ao real ocorre em um dia de pânico nos mercados globais, que causou reações no mercado. O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, teve a maior queda diária desde 1998.
Paulo Guedes, dólar e bolsas em queda
Com os sinais do mercado, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou, em entrevista com jornalistas nesta segunda-feira (9), que vê com “absoluta serenidade” o cenário internacional conturbado.
“Absoluta serenidade. A crise lá fora está se aprofundando, o mundo já estava em desaceleração sincronizada. Aí vem o coronavírus, que acelerou a queda. O mundo está realmente em um momento crítico, o coronavírus está sendo só a gota-d’água”, disse Paulo Guedes.
Petróleo e coronavírus
A alta ocorre após um dia tenso nas principais bolsas do mundo, dado o aumento das tensões comerciais entre a Rússia e países exportadores de petróleo, principalmente a Arábia Saudita, e os temores acerca do impacto do coronavírus (covid-19) na economia global.
Devido ao insucesso das negociações entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e a Rússia sobre o volume de produção da commodity, os preços do barril Brent chegaram a cair 31% no mercado futuro asiático do último domingo (8). Essa é a maior queda diária desde a Guerra do Golfo, ocorrida entre 1990 e 1991.
Na última sexta-feira (6), as más notícias sobre as negociações entre os países da OPEP e a Rússia (grupo chamado de OPEP+), chegaram a derrubar o petróleo na maior queda diária em 11 anos. Por volta das 6h45 desta segunda-feira (9), o petróleo Brent era negociado a US$ 36,62, uma queda de 19,11%.
Devido à disseminação do coronavírus (Covid-19), a demanda por petróleo tem caído ao longo de 2020. Num cenário de queda no consumo da commodity, a Arábia Saudita, que detêm a maior e mais eficiente produção do mundo, tentam tirar participação de mercado de alguns países, como a Rússia.
O temor pela instabilidade nas relações entre os países exportadores de petróleo fez com que as bolsas de valores da Arábia Saudita e dos demais países do Golfo despencassem na abertura do mercado no último domingo.
Além disso, ainda pesa sobre o dólar os temores sobre as possíveis consequências que a disseminação do coronavírus pode ter sobre a economia global.
Só no Brasil, foram confirmados 25 casos. Três novos pacientes foram contabilizados pelos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Alagoas, segundo o Ministério da Saúde no último domingo.
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