Dólar avança 0,38% e fecha na maior cotação desde abril
O dólar encerrou as negociações desta segunda-feira (11) em alta de 0,38%, frente ao real, valendo R$ 5,537 na venda. A última vez que a moeda fechou em um patamar maior que este foi em 20 de abril, quando atingiu R$ 5,5563.
O dólar hoje seguiu acompanhando as expectativas pela inflação no Brasil. O Boletim Focus — que reúne as expectativas econômicas de especialistas, em documento divulgado pelo Banco Central (BC) –desta segunda feira elevou pela 27ª semana consecutiva a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
De acordo com o documento, o indicador deverá fechar o ano com alta acumulada de 8,59%. A previsão dos economistas é de uma elevação de 0,08 ponto percentual (p.p.) do que a da última semana.
Além disso, o petróleo fechou em forte alta no mercado futuro, ainda impulsionado pela leitura de que a oferta está apertada diante da recuperação da demanda global pela commodity energética. O movimento de hoje estendeu os ganhos recentes do óleo, e levou o barril do WTI a fechar acima do patamar de US$ 80 pela primeira vez desde 2014.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do WTI com entrega prevista para novembro avançou 1,47% (+US$ 1,17), a US$ 80,52, enquanto o do Brent para dezembro subiu 1,53% (+US$ 1,26) na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 83,65.
Movimentação do dólar hoje
O dólar americano abriu a sessão de hoje em queda, mas logo começou a operar em alta, com investidores ajustando posições, após ganhos acumulados de 2,74% no mercado à vista na semana passada.
No decorrer da sessão, a cotação do dólar atingiu R$ 5,548 na venda. A última vez que o dólar fechou em um patamar maior que este foi em 12 de março, quando atingiu R$ 5,551. A máxima do ano foi registrada em 8 de março, a R$ 5,875.
Hoje o dia foi de baixa liquidez para a divisa americana com feriados hoje nos EUA, que mantém o mercado de Treasuries fechado, e amanhã no Brasil.
Notícias que movimentaram o dólar
Além disso, veja algumas notícias que movimentaram o dólar durante a sessão de hoje:
- Focus aumenta projeção do dólar para 2021, de R$ 5,20 para R$ 5,25
- EUA: sistema tributário precisa funcionar para a classe média, diz Biden
- Fernanda Guardado: Temos objetivo de conter segunda rodada de inflação
Focus aumenta projeção do dólar para 2021
O Boletim Focus, divulgado na manhã desta segunda-feira pelo Banco Central (BC), trouxe alterações para o cenário do dólar frente ao real em 2021.
A mediana das expectativas para o câmbio no fim de período passou de R$ 5,20 para R$ 5,25, ante R$ 5,20 de um mês atrás. Para o ano que vem, a estimativa para o dólar foi mantida em R$ 5,25, de R$ 5,20 há quatro semanas.
A projeção anual de câmbio publicada no Relatório Focus passou a ser calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano.
Sistema tributário dos EUA: Biden cobra mudanças
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que já passou da hora de reconstruir um sistema tributário que funcione para a classe média e não apenas para os que estão no topo. A declaração foi feita num vídeo postado em sua conta na rede social Twitter.
Segundo Biden, as 55 maiores corporações norte-americanas ganham mais do que US$ 40 bilhões sem pagar imposto de renda federal. Sem dar números exatos, ele disse também que desde o início da pandemia de covid-19, a riqueza dos bilionários do país aumentou.
“As pessoas que trabalham entendem que é por isso que, apesar dos ataques e da desinformação, meu plano tem apoio esmagador nos dados das pesquisas para o povo americano. Eles entendem o que está em jogo”.
Diretora do BC: “Intenção é trazer a inflação para o centro da meta em 2022”
A diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central, Fernanda Guardado, disse que a autoridade monetária trabalha para conter uma “segunda rodada” de inflação.
“Nossa intenção é trazer a inflação para a meta em 2022. Faremos tudo o que pudermos para trazer a inflação para a meta ano que vem”, afirmou.
Em evento virtual paralelo à Reunião Anual do Fundo Monetário Internacional, Guardado acrescentou que ainda há muitas incertezas relacionadas à pandemia, o que deixa o trabalho do Banco Central ainda mais desafiador.
“Nosso principal trabalho é manter a inflação controlada. Claro que haverá consequências para o crescimento, mas controlar inflação é importante para crescimento no longo prazo”, completou.
Guardado disse que expectativas negativas estão impactando o câmbio no Brasil e na região e que o aumento dos juros tem efeito no câmbio. “A inflação está concentrada em alimentos e energia. Pressões inflacionárias são temporárias. Está demorando mais do que imaginávamos, mas não acho que será uma fonte permanente”, ponderou.
Cotação do dólar nesta sexta (8)
Na última sessão, na sexta-feira (8), o dólar fechou em leve queda de 0,02%, negociado a R$ 5,516 na venda.