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Dólar fecha em alta de 1,26%, impulsionado por preocupações com quadro fiscal

Dólar hoje

Dólar. Foto: Pixabay

O dólar encerrou as negociações desta quinta-feira (27) em alta de 1,26%, frente ao real, valendo R$ 5,625 na venda.

O dólar hoje reagiu à continuidade do medo fiscal que tem rondado o mercado nos últimos dias, conforme destacou Fernanda Consorte, economista chefe do Banco Ourinvest.

A economista destaca que o que impulsionou a cotação do dólar hoje foi a preocupação com o quadro fiscal após comentários de que o auxílio emergencial será estendido; a divulgação do IGP-M de outubro das expectativas; e o adiamento da votação da PEC dos Precatórios, que aumentam as preocupações com a inflação e o risco fiscal extrateto de gastos públicos.

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) avançou 0,64% em outubro, após cair 0,64% em setembro. O resultado ficou acima do teto das estimativas do mercado coletadas pelo Projeções Broadcast, de 0,61%.

O mercado também reagiu ao aumento da Selic. Ontem, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou a taxa básica de juros em 1.5 ponto percentual, para 7,75% ao ano.

Movimentação do dólar hoje

No início do dia, o dólar americano abriu em alta, acompanhando a decisão do Copom, e o avanço do IGP-M de outubro. Os investidores também reagiam ao novo adiamento da votação PEC dos Precatórios na Câmara.

A alta do dólar ante o real voltou a acelerar durante a tarde dede hoje, impulsionada pelo cenário fiscal e clima de preocupação interna.

Se por um lado o número de pedidos de auxílio desemprego nos Estados Unidos veio mais uma vez abaixo do consenso de mercado, registrando 281 mil solicitações contra 289 mil esperadas pelo mercado, a desaceleração do PIB dos EUA para 2%, observada na primeira leitura do indicador tampouco ajuda a fortalecer o dólar.

Notícias que movimentaram o dólar

Além disso, veja algumas notícias que movimentaram o dólar durante a sessão de hoje:

Acordo entre democratas sobre pacote social e ambiental

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta quinta-feira que há um acordo entre governistas sobre o escopo do pacote de gastos sociais e com foco no combate à mudança climática. A legislação é um dos pilares da agenda econômica do mandatário. A tramitação deste projeto e de outro que prevê investimentos em infraestrutura está paralisada no Congresso em meio a divergências entre as diferentes alas do Partido Democrata.

“Hoje, tenho o prazer de anunciar que, após meses de negociações difíceis e ponderadas, acho que temos, sei que temos um plano econômico histórico”, declarou o chefe da Casa Branca em um pronunciamento na residência oficial do governo norte-americano.

Sem dar detalhes, Biden disse que voltará a abordar o assunto quando voltar de sua viagem à Europa. O presidente embarca nesta quinta em direção ao Velho Continente para participar da COP-26, a conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), e da Cúpula do G-20.

“Ninguém conseguiu tudo o que queria, incluindo eu. Isso é se comprometer”, disse Biden, em referência às negociações entre as alas “moderada” e “progressista” do Partido Democrata.

Superávit em setembro

O aumento da arrecadação e a diminuição de gastos relacionados à pandemia da covid-19 fizeram o Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) registrar o primeiro superávit primário para meses de setembro em nove anos. No mês passado, o resultado ficou positivo em R$ 303 milhões.

A última vez em que o Governo Central registrou superávit em setembro foi em 2012. Na ocasião, as contas federais obtiveram resultado positivo de R$ 1,07 bilhão. Em setembro do ano passado, quando os desembolsos para o combate à pandemia estavam no auge, o déficit primário atingiu R$ 76,144 bilhões, resultado negativo recorde para o mês.

O resultado de setembro veio bem melhor do que o previsto. Segundo a pesquisa Prisma Fiscal, divulgada todos os meses pelo Ministério da Economia, as instituições financeiras projetavam saldo negativo primário de R$ 17,9 bilhões para setembro.

O déficit primário representa o resultado negativo nas contas do governo sem considerar os juros da dívida pública. Com o desempenho de setembro, o Governo Central acumula saldo devedor primário de R$ 82,486 bilhões nos nove primeiros meses de 2021. Esse foi o quinto maior saldo negativo para o período, só perdendo para o ano passado e para o período de janeiro a setembro de 2017, 2016 e 2018, respectivamente.

PEC dos Precatórios

O ministro da Cidadania, João Roma, alertou nesta quinta-feira, 28, que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos precatórios precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional até, no máximo, a segunda semana de novembro, sob pena de o pagamento do Auxílio Brasil ser dificultado.

“Até o dia 15 de novembro, no caso antes, porque 15 é segunda-feira de feriado. Nosso apelo é para que, até a segunda semana de novembro, essa medida possa ser aprovada, porque, se não, terão dificuldades operacionais para fazer chegar o recurso à população”, disse Roma a jornalistas na saída do Palácio do Planalto. “Estamos sensibilizando o Parlamento para que seja o quanto antes a aprovação”, acrescentou.

A PEC iria à votação na quarta-feira, mas foi adiada por falta de quórum, como admitiu o próprio presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

“O que estávamos fazendo ontem era justamente buscando sensibilizar o Congresso, visando aprovação célere da PEC, o instrumento que temos hoje para viabilizar o pagamento do Auxilio Brasil”, declarou Roma a jornalistas no período da manhã desta quinta-feira. “Estamos muito preocupados com o tempo.”

Última cotação do dólar

Na última sessão, quarta-feira (28), o dólar encerrou o pregão em queda de 0,31%, negociado a R$ 5,55.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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