Dólar fecha em alta de 0,67% de olho em dados de serviços no Brasil e de inflação nos EUA
O dólar encerrou as negociações desta quinta-feira (12) em alta de 0,67%, frente ao real, valendo R$ 5,256 na venda.
O dólar hoje seguiu atento ao volume de serviços no Brasil que veio acima da mediana do mercado, que era positiva em 0,40%. De acordo com o IBGE, o volume de serviços prestados subiu 1,7% em junho ante maio, na série com ajuste sazonal. O mercado repercutiu ainda o índice de preços ao produtor, nos EUA.
Além disso, investidores digeriram a decisão da Câmara dos Deputados de adiar a votação da reforma do Imposto de Renda (IR) para a próxima terça-feira (17).
Movimentação do dólar
Pela manhã, o dólar abriu perto da estabilidade, enquanto os investidores aguardavam a divulgação de indicadores americanos, como as leituras dos novos pedidos de auxílio-desemprego e do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês).
No decorrer da sessão, a moeda norte-americana renovou máxima a R$ 5,2502 no mercado à vista, se apoiando na piora geral de percepção sobre o Brasil — principalmente do investidor estrangeiro, por causa do aumento do risco fiscal e da crise política institucional, disse ao jornal Estado de S.Paulo um diretor de uma instituição, que não quer ser identificado.
O diretor afirmou que a imagem do País lá fora é de desconfiança sobre a governabilidade e o futuro político, diante da postura de ataque permanente do presidente da República, Jair Bolsonaro, aos demais poderes e governadores, contra o uso das urnas eletrônicas nas eleições.
Notícias que movimentaram o dólar
Veja algumas notícias que movimentaram o dólar durante a sessão de hoje:
- Não deve haver conexão entre decisões do BC e ciclo político, diz Campos Neto
- Volume de serviços prestados sobe 1,7% em junho ante maio, afirma IBGE
- PPI dos EUA sobe 1,0% em julho ante junho, acima da previsão de +0,6%
Decisões do BC não devem ser conectadas com ciclo político
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira que, com a autonomia da instituição, deve ficar cada vez mais claro que não deve haver conexão entre as decisões do BC e o ciclo político.
O comentário de Campos Neto, durante evento virtual, foi uma resposta a questionamento sobre a possibilidade de o BC manter a Selic (a taxa básica de juros) sem alterações durante o período eleitoral de 2022.
Em 2018, na eleição presidencial anterior, a taxa se manteve em 6,50% ao ano de março até julho do ano seguinte. “Não usamos isso como um fator para nossas decisões, mas agora que o BC está autônomo, isso deveria ficar mais claro para todo mundo”, disse Campos Neto.
Segundo ele, todas as decisões do BC sobre a Selic são baseadas no que é preciso fazer para otimizar a política monetária e atingir o alvo de inflação.
Volume de serviços prestados sobe 1,7% em junho
Outro tema que pautou o mercado e influenciou o dólar foi o levantamento sobre o volume de serviços prestados, que subiu 1,7% em junho ante maio, na série com ajuste sazonal, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, informou na manhã desta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mês anterior, o resultado do indicador foi revisto de uma alta de 1,2% para 1,7%.
Na comparação com junho do ano anterior, houve elevação de 21,1% em junho de 2021, já descontado o efeito da inflação. Nessa comparação, as previsões eram de uma elevação de 12,80% a 22,55%, com mediana positiva de 17,90%.
A taxa acumulada no ano de 2021 foi de elevação de 9,5%. Em 12 meses, os serviços acumulam alta de 0,4%. A receita bruta nominal do setor de serviços subiu 2,5% em junho ante maio. Na comparação com junho de 2020, houve avanço de 23,6% na receita nominal.
PPI dos EUA sobe 1,0% em julho ante junho
O índice de preços ao produtor ficou no radar do mercado e afetou o dólar. O PPI dos Estados Unidos teve alta de 1,0% em julho na comparação com junho, após ajustes sazonais, informou nesta quinta-feira, 12, o Departamento do Trabalho. Analistas ouvidos pelo Wall Street Journal previam crescimento menor, de 0,6%.
O núcleo do PPI, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, também subiu 1,0% na mesma comparação. A expectativa, nesse caso, era de alta de 0,5%.
O índice cheio do PPI repetiu assim a alta de 1,0% vista em junho. O PPI teve em julho avanço de 7,8% na comparação anual, a alta mais forte em 12 meses desde que essa série histórica começou, em novembro de 2010, aponta o relatório.
Cotação anterior do dólar
Na última sessão, quarta-feira (11), o dólar encerrou o pregão em alta de 0,47%, negociado a R$ 5,22.
Com informações do Estadão Conteúdo