O dólar encerrou as negociações desta segunda-feira (20) em alta de 1,32%, frente ao real, valendo R$ 5,352 na venda.
Ficou no radar do dólar hoje o possível calote da Evergrande. Com uma dívida de US$ 300 bilhões a segunda maior incorporadora imobiliária chinesa afirmou que há a possibilidade de não conseguir honrar suas dívidas.
Jansen Costa, sócio fundador da Fatorial Investimentos, explica que “a crise da Evergrande basicamente mostra a desaceleração do setor de construção civil na China, o que impacta na exportação de minério de ferro que o Brasil faz para o país. Esse impacto faz a demanda de minério de ferro cair, consequentemente cai também o preço do minério de ferro, o que faz com que entre menos dólar no país.”
A alta do dólar hoje também foi impulsionada pelo fortalecimento da moeda em relação a outras moedas internacionais, além da diminuição da relação de troca com exterior no Brasil aumentando a necessidade de dólar e tornando a moeda mais forte, afirma Costa.
Movimentação do dólar
O dólar americano abriu a sessão de hoje em alta, impulsionado pela aversão ao risco no exterior. A moeda norte-americana era fortalecida no mercado internacional, à medida que ativos de risco e commodities estavam sendo penalizados por temores dos investidores quanto à crise financeira na China.
No decorrer da sessão, o dólar hoje continuou operando em alta, após o Boletim Focus, do Banco Central, mostrar que o mercado financeiro piorou as estimativas para a economia. A expectativa para o dólar no final de 2021 foi mantida em R$ 5,20, mas para 2022, no entanto, as projeções se elevaram de R$ 5,20 para R$ 5,23.
A semana também reserva diversas reuniões de política monetária pelo mundo, com destaque para a dos Estados Unidos e a do Brasil, ambas com os anúncios marcados para quarta-feira.
Notícias que movimentaram o dólar
Além disso, veja algumas notícias que movimentaram o dólar durante a sessão de hoje:
- Balança comercial tem superávit de US$ 376 milhões na 3ª semana de setembro
- Para BCE, será mais importante determinar quando compra de ativos terminará
- Expectativa para IPCA de setembro sobe de 0,77% para 1,03% no Focus do BC
Balança comercial brasileira tem superávit
A balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 376 milhões na terceira semana de setembro (dias 13 a 19). De acordo com dados divulgados nesta segunda-feira pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, o valor foi alcançado com exportações de US$ 5,411 bilhões e importações de US$ 5,035 bilhões.
Em setembro, a balança comercial acumula saldo superavitário em US$ 2,408 bilhões até o dia 19, com exportações em US$ 14,469 bilhões e importações de US$ 12,061 bilhões.
No acumulado do ano, o saldo comercial é superavitário em US$ 54,519 bilhões.
BCE: perspectiva de inflação e compras de ativos
Dirigente do Banco Central Europeu (BCE), Isabel Schnabel disse nesta segunda-feira que, à medida que a perspectiva de inflação da zona do euro melhorar, será mais importante determinar quando a instituição concluirá seus programas de compras de ativos, e não quando terá início a gradual redução de aquisições ou o volume que será comprado.
“É a data final que sinaliza que as condições para um aumento de juros estão se aproximando”, ressaltou Schnabel, em discurso feito durante evento do Banco da Letônia.
Ela afirmou também que os programas PEPP e APP de compras de ativos continuarão sendo cruciais mais adiante, “pavimentando o caminho para superar a pandemia (de covid-19) e no sentido de cumprir nossa meta de inflação“. O BCE tem o objetivo de atingir taxa de inflação de 2%, de forma sustentável.
IPCA: Focus eleva projeção
Os economistas do mercado financeiro alteraram a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em setembro de 2021, de alta de 0,77% para 1,03%, conforme o Relatório de Mercado Focus, divulgado pelo Banco Central. Um mês antes, o porcentual projetado era de 0,45%.
Para outubro, a projeção no Focus foi de alta de 0,44% para 0,52% e, para novembro, permaneceu em aumento de 0,40%. Há um mês, os porcentuais indicavam elevações de 0,37% e 0,38%, nesta ordem.
A inflação suavizada para os próximos 12 meses passou de alta de 4,75% para 4,93% de uma semana para outra – há um mês, estava em 4,39%.
Cotação do dólar nesta sexta (17)
Na última sessão, sexta-feira (17), o dólar encerrou o pregão em alta de 0,33%, negociado a R$ 5,28.
(Com informações do Estadão Conteúdo)