O dólar registrou baixa moderada até R$ 5,5972 nos primeiros negócios, com uma realização após subir a R$ 5,6089 no mercado à vista na sexta-feira e de acumular ganhos de 2,79% na semana passada. Mas a um viés de alta do dólar ante moedas principais e algumas divisas emergentes pares do real, como peso mexicano, rublo e rand sul africano, puxa o dólar para cima e já testou máxima a R$ 5,6142 há pouco após o relatório Focus mostrar piora nas projeções para a inflação.
Às 10h16, o dólar à vista tinha viés de baixa de 0,27%, a R$ 5,59. O dólar futuro para dezembro perdia 0,05%, a R$ 5,6165, após alta até R$ 5,6225 (+0,05%).
Na Focus, em alta ininterrupta há 33 semanas – desde dia 12 de abril -, a projeção do mercado financeiro para a inflação em 2021 alcançou dois dígitos, a 10,12%, de 9,77% na semana anterior. A estimativa para o índice em 2022 também continuou subindo, de 4,79% para 4,96% – o 18º aumento seguido, sinalizando risco alto do segundo ano consecutivo de descumprimento do objetivo do BC, depois de 2021, em que a banda superior da meta é de 5,25%.
Os economistas mantiveram a projeção Selic em 2021 em 9,25%, mas elevaram a estimativa para o término de 2022, que passou de 11,00% para 11,25%. Há um mês, as medianas eram de 8,75% e 9,50%, respectivamente.
Estão no radar dos agentes de câmbio também a possibilidade de fatiamento da PEC dos Precatórios, para facilitar a tramitação no Senado, e um total de R$ 112,4 bilhões em emendas para o Orçamento de 2022 – valor que supera em sete vezes a reserva destinada atualmente para as verbas impositivas, fruto de indicações políticas.
Deputados e senadores efetivaram também um movimento para destinar aproximadamente R$ 3,3 bilhões de emendas “cheque em branco” para Estados e municípios em 2022, período de eleições. A aprovação dos recursos depende da votação do Orçamento, que deve ocorrer até o dia 20 de dezembro.
No exterior, o euro e libra seguem em baixa, e o petróleo está volátil e voltou a cair há pouco, após fortes perdas na sexta-feira. As divisas europeias continuam pressionadas por preocupações com a quarta onda de covid na região e aumento dos protestos contra novas restrições anticovid em vários países europeus, que reforçam temores de um adiamento da normalização das cadeias produtivas, que pode pressionar mais a inflação e dificultar a retomada global.
Além disso, há grande expectativa pela ata do Fed em meio à defesa crescente entre seus dirigentes de uma aceleração na velocidade do tapering – como é conhecida a finalização gradual das compras de ativos – e da alta de juros no país, que podem ser discutidos na reunião de dezembro.
Os investidores precificam ainda a manutenção de juros na China pelo 19º mês consecutivo em meio a especulações de que o PBoC poderá cortar juros antes do fim do ano e também em 2022.
Última cotação do dólar
Na última sessão, sexta-feira (19), o dólar encerrou o pregão em alta de 0,7%, negociado a R$ 5,60.
(Com informações do Estadão Conteúdo)