O dólar encerrou as negociações desta sexta-feira (9) com uma valorização de 0,76%, frente ao real, valendo R$ 5,267 na venda, e acumulou uma alta de 1,59% na semana.
O dólar hoje ficou atento à situação política doméstica. No final da tarde de ontem, o presidente Jair Bolsonaro divulgou uma nota explicando que suas falas durante as manifestações de 7 de setembro aconteceram “no calor do momento”. A sinalização conciliadora do mandatário foi bem recebida ao final da sessão de ontem.
Hoje, seguiu no radar dos investidores os protestos promovidos por caminhoneiros, a favor do governo do presidente da República e contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
No início da tarde, o Ministério da Infraestrutura informou que eram registrados pontos de concentração com abordagem da greve dos caminhoneiros em três Estados. Segundo a pasta, no entanto, toda a malha rodoviária federal está aberta para o livre fluxo de veículos de cargas.
No geral, o número de ocorrências era 70% menor do que o registrado no mesmo período do dia anterior, com tendência de seguir em queda ao longo do dia, de acordo com o ministério. As manifestações da greve dos caminhoneiros que ainda acontecem estão localizadas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Rondônia.
Movimentação do dólar
O dólar americano abriu a sessão de hoje em alta refletindo levemente o enfraquecimento da moeda no exterior e o alívio, ainda que pontual, nas tensões do ambiente doméstico.
Os investidores também estavam atentos ao volume de vendas do varejo no País que cresceu 1,2% em julho, na comparação com junho, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC).
No decorrer do dia, o dólar permaneceu operando em alta ainda de olho na greve dos caminhoneiros e nos desdobramentos políticos.
Notícias que movimentaram o dólar
Além disso, veja algumas notícias que movimentaram o dólar durante a sessão de hoje:
- Vendas no varejo sobem 1,2% em julho, com busca por artigos de uso pessoal e doméstico (19,1%)
- Dirigente do Fed diz estar ‘muito confortável’ com perspectiva de ‘tapering’
- Vacinação avança e reflete na recuperação econômica dos países, diz Campos Neto
Vendas no varejo
O volume de vendas do varejo no País cresceu 1,2% em julho, na comparação com junho, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada hoje pelo IBGE. Trata-se da quarta variação positiva consecutiva do indicador.
De acordo com o IBGE, no ano, o varejo acumula um crescimento de 6,6% nas vendas e nos últimos doze meses, cresceu 5,9%. “Apesar do avanço, o movimento intrasetorial do comércio é muito heterogêneo. Algumas atividades ainda não conseguiram recuperar as perdas na pandemia”, analisa o gerente da PMC, Cristiano Santos.
O gerente da pesquisa cita como exemplo os equipamentos e materiais para escritório, que ainda está 26,7% abaixo do patamar pré-pandemia, ou combustíveis e lubrificantes, que está 23,5% abaixo.
Perspectiva de ‘tapering’
A presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Cleveland, Loretta Mester, afirmou nesta sexta-feira estar “muito confortável” com a perspectiva de a redução gradual nas compras de bônus (“tapering”) ocorrer neste ano. Além disso, ela notou que gostaria de que esse processo estivesse concluído até meados de 2022.
Mester considera que o Fed já alcançou as metas de emprego e inflação para começar o tapering.
Segundo a dirigente, a variante Delta da covid-19 é um risco à perspectiva, mas não deve acabar com a retomada econômica.
Avanço da vacinação e recuperação econômica
O Banco Central (BC) publicou nesta sexta-feira, a apresentação do presidente da instituição, Roberto Campos Neto, no “Spring Investment Meeting”, organizado pela 1618 Investimentos.
No evento fechado à imprensa, mas com o conteúdo distribuído à imprensa pela assessoria do BC, ele basicamente repetiu a apresentação que tem usado nas últimas semanas, começando pela queda de óbitos por covid-19 na medida em que os programas de vacinação avançam em diversos países com reflexo na recuperação da atividade nessas economias.
Mais uma vez, o documento traz informações sobre o aumento da inflação não apenas no Brasil, mas também nas principais economias avançadas, com ênfase nos dados sobre a alta de preços nos Estados Unidos. O presidente do BC renova ainda o alerta sobre a chamada inflação verde, que tende a influenciar a retomada sustentável pós-pandemia.
Cotação do dólar na quinta (9)
Na última sessão, quinta-feira (9), o dólar despencou 1,85%, negociado a R$ 5,22 após Bolsonaro divulgar uma nota defendendo harmonia entre os Poderes.
Com informações do Estadão Conteúdo