O dólar encerrou nesta quarta-feira (19) em alta de 1,13%, negociado a R$ 5,5303 na venda, movido pela reação do mercado à reunião do Federal Reserve (Fed) sobre o futuro da economia.
O dólar hoje operava negativamente pela manhã, sendo negociado a R$ 5,4551. O mercado acionário acompanha o desdobramento dos acordos entre a Casa Branca e os democratas sobre o pacote trilionário de estímulos à principal economia do mundo.
O movimento de alta na moeda norte-americana ocorreu apesar da fala otimista de Jair Bolsonaro. O mercado reagiu positivamente quando o presidente garantiu a permanência de Paulo Guedes no cargo, ao mesmo tempo que não pôde prometer nada sobre o teto de gastos.
Confira as principais notícias que movimentaram o mercado nessa quarta-feira:
- Fed vê necessidade de um suporte adicional para economia;
- S&P 500 tem recorde em meio a pandemia e descolamento da economia real;
- Apple ultrapassa a marca de US$ 2 trilhões em valor de mercado;
Fed vê necessidade de um suporte adicional para economia
O Federal Reserve (Fed) divulgou nesta quarta-feira (19) o vídeo de sua reunião realizada nos dias 28 e 29 de julho. O banco central norte-americano indicou que a economia ainda necessitará de um maior suporte, porém não especificou quando essas medidas expansionistas serão implementadas.
A ata da reunião do Fed mostrou que muitos diretores acreditavam que uma “acomodação adicional poderia ser necessária”, incluindo o fornecimento de mais detalhes ao mercado sobre por quanto tempo o Fed manteria as taxas perto de zero, depois de reduzi-las em março. No entanto, o vídeo não indicou claramente o momento em que novas medidas ocorreriam, informando apenas que uma orientação mais explícita seria “apropriada em algum ponto”.
Valor recorde do S&P 500 movimentou o dólar hoje
O recorde que o S&P 500 registrou na terça-feira (18), aos 3.389,78 pontos, recuperando as perdas causadas pela crise do coronavírus (covid-19), deixou analistas atenciosos com a situação. Enquanto as perdas da economia real norte-americana assustam (o PIB dos EUA deve cair cerca de 6,5% em 2020), o índice das 500 maiores empresas de capital aberto dos EUA atinge o nível mais alto já registrado na história.
Saiba mais: S&P 500 tem recorde em meio a pandemia e descolamento da economia real
De acordo com analistas ouvidos pelo SUNO Notícias, o movimento de alta pode ser a consequência de estímulos governamentais, em meio a um período de juros baixos no mundo, e o otimismo de investidores em relação a empresas de tecnologia, conhecidas como FAANG (Facebook, Apple, Amazon.com, Netflix e Alphabet (controladora do Google), que surfaram melhor a crise.
“Você não pode subestimar o poder das taxas de juros muito baixas”, afirmou Alberto Amparo, analista da SUNO Research. O Federal Reserve (FED), o banco central americano, manteve a taxa de juros dos EUA na faixa entre 0% e 0,25% ao ano para tentar estimular a economia em meio a crise.
Apple ultrapassa a marca de US$ 2 trilhões em valor de mercado
A Apple (NASDAQ: AAPL) ultrapassou a marca de US$ 2 trilhões (R$ 11 trilhões) em valor de mercado na manhã desta quarta-feira (19). A empresa mais valiosa do S&P 500 se tornou a primeira companhia norte-americana a atingir tal marca na história.
As ações da companhia fundada por Steve Jobs apresentavam uma alta de 1,2% nesta manhã, sendo negociadas a US$ 467,97. Desde o patamar mais baixo desde ano, registrado em 23 de março, em função dos temores pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), os papéis da Apple mais do que dobraram — impulsionados pelos resultados melhores do que a expectativa, sobretudo no segundo trimestre.
Saiba mais: Apple ultrapassa a marca de US$ 2 trilhões em valor de mercado
Os investidores mostram-se confiantes com as empresas de tecnologia, as quais já são as maiores dos Estados Unidos. Diferentemente do que aconteceu na crise dos subprime, e menos ainda do observado na bolha da internet, no início do século, as companhias do setor se recuperaram rápido da crise.
Última cotação do dólar
Na sessão de terça-feira (18), o dólar encerrou o pregão em queda de 0,499%, negociado a R$ 5,4685, na venda.