Dólar abre a semana em queda; reabertura econômica no radar
O dólar abriu em queda nesta segunda-feira (18). Os mercados estão atentos aos planos de recuperação e reabertura econômica na Europa e nos Estados Unidos.
Por volta das 9h20, o dólar operava em baixa de 0,825%, sendo negociado a R$ 5,791. Nesta segunda-feira, o Boletim Focus cortou, mais uma vez, sua previsão para a economia, para uma queda de 5,12%.
Ademais, os investidores estão de olho nas perspectivas de rating e grau de investimento para o País. Segundo a Moody’s, o Brasil possui uma nota de crédito soberano ‘Ba2’.
Recuperação econômica
O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, afirmou no último domingo (17) que uma recuperação total da economia dos Estados Unidos depende, principalmente, da volta da confiança da população. Dessa forma, para que isso aconteça, uma vacina contra o novo coronavírus (Covid-19) deveria ser anunciada.
Na última semana, porém, o laboratório norte-americano Sorrento Therapeutics (NASDAQ: SRNE) anunciou que um anticorpo desenvolvido pela companhia foi capaz de evitar a contaminação de células pela doença que assola o planeta.
“Queremos enfatizar que existe uma cura. Existe uma solução que funciona 100%”, disse Henry Ji, referindo-se ao anticorpo STI-1499, desenvolvido por sua empresa. Após o anúncio, as ações do laboratório subiram 158% em apenas um dia.
O chairman do Fed também afirmou, entrevista à CBS, que uma recuperação gradual da economia dos EUA poderá se estender até o final de 2021. “A economia se recuperará. Pode demorar um pouco, pode estender-se até o final do próximo ano. Realmente não sabemos”.
Focus volta a cortar previsão do PIB
Os especialistas do mercado financeiro, responsáveis pela elaboração do Boletim Focus, cortaram nesta segunda-feira (18), mais uma vez, suas previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. Para eles, a economia do Brasil irá cair 5,12% neste ano.
Na primeira divulgação de 2020, no dia 6 de janeiro, a previsão era de um avanço de 2,30% na economia. Os especialistas, todavia, não contavam com uma crise gerada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Para 2021, os analistas do mercado financeiro estimam que a economia irá crescer 3,20%.
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Além disso, o relatório divulgado pelo Banco Central (BC) estima que a taxa básica de juros da economia (Selic) cairá para 2,25% até o final deste ano, frente a uma estimativa de 2,50% da última semana.
De acordo com a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada pelo BC na última terça-feira (12), poderá haver mais um corte na Selic na próxima reunião. Segundo informações da ata, este corte poderá ser de até 0,75 ponto percentual.
Moody’s atribui nota ‘estável’ ao Brasil
A agência de classificação de risco Moody’s informou na noite da última sexta-feira (15) que manteve em “estável” a perspectiva para o rating do Brasil, além de atribuir a nota de crédito soberano do País em ‘Ba2’.
Dessa forma, segundo a Moody’s, o Brasil possui uma melhor perspectiva que países europeus. Entretanto, ainda fica dois níveis abaixo de ser considerado grau de investimento.
Outra agência de classificação de risco, a Fitch, no início deste mês, também revisou a perspectiva para a nota de crédito soberano do Brasil, e rebaixou de “estável” para “negativa”, mantendo o rating em “BB”.
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Por sua vez, a S&P rebaixou para para “negativa” a perspectiva para o rating brasileiro, que ficou em “BB”. A revisão ocorreu em abril desse ano. Antes, a perspectiva era “estável”.
As revisões das agências ocorreram frente a queda nas expectativas para a economia do país, além do conturbado cenário político e a piora na crise de saúde ocasionada pelo coronavírus.
Última cotação do dólar
Na sessão da última sexta-feira, o dólar encerrou as negociações com uma alta de 0,326%, cotado em R$ 5,8392.