Com maior aversão ao risco, dólar sobe mais de 2% e rompe a barreira dos R$ 5,50
O dólar dispara nesta segunda-feira (22) com a moeda norte-americana subindo mais de 2%, rompendo a barreira de R$ 5,50, após interferência do presidente Jair Bolsonaro na Petrobras (PETR4) e o risco de intervir em outras estatais.
Por volta das 10h, o dólar avançava 2,35%, sendo negociado a R$ 5,5117. Na visão do Analista Técnico da Ativa Investimentos, Marcio Loréga, com essas movimentações o cenário de risco no país foi aumentado e a moeda norte-americana tem o potencial para chegar a R$ 5,56 e depois caminhar para R$ 5,70.
“Vemos o cenário de continuidade [de alta] e acima da região dos R$ 5,50, um cenário negativo para nosso índice”.
No exterior, as ações da Petrobras negociadas na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) despencam 15% na manhã desta segunda-feira.
Os investidores estrangeiros expressam o pessimismo com a estatal após a interferência política do presidente Jair Bolsonaro, demitindo o Roberto Castello Branco, que liderava a companhia por indicação do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Com as movimentações na Petrobras, o mercado está atento às outras estatais. A Eletrobras (ELET3) teve sua recomendação reduzida pelo Credit Suisse após Bolsonaro dizer que o governo pretende “meter o dedo” no setor elétrico. No sábado (20) durante conversa com apoiadores o presidente Bolsonaro prometeu agir no mercado de energia elétrica. “Vamos meter o dedo na energia elétrica, que é outro problema também”.
Desse modo, os preços-alvos foram cortados pelos analistas do Credit Suisse de R$ 40,250 para R$ 39,60 para as ações preferenciais da Eletrobras e de R$ 39,60 para R$ 28,30 para as ações ordinárias.
“Os riscos foram aumentados em relação ao país pelas questões de interferência na Petrobras e possível interferência em outras estatais. Com todo esse cenário o dólar superou a barreira dos R$ 5,50 e agora tem potencial para chegar a R$ 5,56 e depois alcançar R$ 5,70”, disse Loréga
Última cotação do dólar
Na última sessão, sexta-feira (19), o dólar encerrou o pregão em queda de 1,022%, cotado a R$ 5,3854.