Dólar dispara a R$ 5,45 com aversão ao risco global e tensão fiscal no Brasil

O dólar volta a subir mais de 1% na manhã desta quinta-feira (19), já testando a máxima a R$ 5,4565 – maior valor intradia desde 4 de maio (R$ 5,4839).

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/1420x240-Planilha-controle-de-gastos.png

Às 10h22 desta quinta-feira, o dólar futuro de setembro ganhava 0,57%, a R$ 5,4255.

Os investidores precificam o tombo das commodities em meio à aversão ao risco no exterior, após os membros do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) terem defendido na ata da reunião de julho a redução na compra de ativos ainda neste ano.

Anteriormente, era previsto que essa redução ocorresse somente no final de 2022, mas com o risco de que a alta recente da inflação seja mais persistente do que o previsto pelos dirigentes do Fed, o tapering pode ser antecipado.

Além disso, o dólar vai às alturas  com o impacto da variante Delta do coronavírus na retomada econômica mundial e com um possível aperto regulatório na China.

Cenário Interno

Também afeta a moeda norte-americana as desconfianças sobre os fundamentos fiscais do Brasil, em um ambiente de crise sanitária e ruídos político-institucionais.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/04/1420x240-Planilha-vida-financeira-true.png

O investidor já reagia às propostas do governo tidas como populistas e de cunho eleitoral para os especialistas, como a PEC dos precatórios para abrir espaço ao novo Bolsa Família no Orçamento.

Agora, com as dificuldades para avançar nessas propostas, como mostrou a nova tentativa frustrada de votação da reforma do IR, aumentam as incertezas sobre o que pode acontecer com o fiscal do país, porque ninguém sabe o que vem no lugar.

Com cenário tão adverso, o Tesouro divulgou antecipadamente edital do leilão de LTN, NTN-F e LFT de hoje, que era previsto para 11h, e reduziu a oferta de papéis, após já ter colocada uma oferta pequena de NTN-B na terça-feira.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/Ebook-Acoes-Desktop-1.jpg

Já o mercado de câmbio avalia que é possível o Banco Central fazer leilão de swap cambial ou de moeda no mercado à vista, uma vez que o avanço do dólar ante o real é bem maior do que a valorização da moeda norte-americana frente aos principais pares e moedas emergentes ligadas a commodities.

Última cotação do dólar

O dólar encerrou as negociações de quarta-feira (18) em alta de 1,99% frente ao real, valendo R$ 5,375.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/1420x240-Controle-de-Investimentos.png

Com informações de Estadão Conteúdo. 

Monique Lima

Compartilhe sua opinião

Receba atualizações diárias sobre o mercado diretamente no seu celular

WhatsApp Suno