O dólar opera em volatilidade na sessão terça-feira (26). A moeda americana abriu em alta sob influência do exterior em meio a expectativas de elevação de 75 PB dos juros nos EUA na quarta (27).
Mas já perdeu força e a cotação do dólar caiu a uma mínima a R$ 5,3659, refletindo ampliação do ganho intradia do petróleo, acima de 2% mais cedo, e possivelmente alguma pressão técnica ligada a rolagens de contratos cambiais, disse um operador de uma corretora. Pouco antes das 9h30, o dólar retomou ganho leve.
A desaceleração do IPCA-15 de julho para alta de 0,13%, de 0,69% em junho e abaixo da mediana estimada pelo mercado (0,16%) ajudou no alívio pós abertura positiva. A inflação perdeu fôlego graças à fixação do teto de 17% a 18% para o ICMS que incide sobre combustíveis e energia elétrica, sancionada em 23 de junho.
A benesse fica em vigor apenas até o fim deste ano leitoral. Segundo o IBGE, a alta de 0,13% no IPCA-15 de julho é a menor variação desde junho de 2020 (0,02%).
No radar dos investidores estão o leilão do Tesouro de NTN-B e LFT (11h) e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que participa à tarde do lançamento pelo BC de moedas comemorativas do Bicentenário da Proclamação da República (15h). No exterior, são aguardados os dados da confiança do consumidor nos Estados Unidos este mês e as vendas de moradias novas no mês passado, ambos às 11h. O Fundo Monetário Internacional (FMI) publica também relatório sobre perspectiva econômica mundial (10h).
Na segunda-feira, 25, o dólar cedeu e fechou a R$ 5,3697 no mercado à vista.
Às 9h29 desta terça, o dólar à vista subia 0,13%, a R$ 5,3769. O dólar para agosto ganhava 0,33%, a R$ 5,3825.
Veja como o dólar fechou na última semana
A moeda everteu o sinal negativo no mercado de câmbio e fechou a sexta (22) em alta, com uma piora de humor nos mercados internacionais ao longo da tarde, dada a ampliação das perdas das bolsas em Nova York.
Nesse cenário a cotação do dólar encostou nos R$ 5,50, diversas vezes no pregão e fechou a R$ 5,498.
Uma vez mais, os negócios nos mercados foram pautados por temores de desaceleração mais forte da atividade global, após indicadores fracos na Europa e, especialmente, nos Estados Unidos.
Depois de o Banco Central Europeu (BCE) surpreender ontem ao elevar a taxa de juros em 50 pontos-base, as atenções se voltam ao Federal Reserve, que anuncia sua decisão de política monetária na quarta-feira (27).
Já está na conta uma nova alta de 75 pontos-base dos Fed Funds. Os indicadores recentes jogam dúvidas sobre o ciclo total de aperto, uma vez que a atividade dá sinais de enfraquecimento, mas a inflação corrente segue elevada.
As taxas dos Treasuries recuaram mais de 3% hoje, com a T-note de 10 anos abaixo da linha de 2,80%.
O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto dos EUA, que engloba os setores industrial e de serviços, caiu de 52,3 em junho para 47,5 em julho, atingindo o menor nível em 26 meses. Leituras abaixo de 50 indicam contração da atividade.
Para o diretor de produtos de câmbio da Venice Investimentos, André Rolha, o dólar não se sustenta acima da linha de R$ 5,50 e pode se acomodar em um nível “um pouco mais baixo” nas próximas semanas.
“Mas devemos ter muita volatilidade, porque ainda há muita incerteza sobre o desempenho da economia global, com esse processo de alta de juros nos Estados Unidos e agora também na Europa”, disse Rolha sobre o dólar.
Com informações do Estadão Conteúdo