O dólar abriu em alta nesta quinta-feira (25), refletindo o receio dos investidores com o avanço da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Por volta das 9h20, o dólar operava em alta de 0,82%, sendo negociado a R$ 5,3683 na venda. Na última quarta-feira (24), o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, afirmou que não haverá calote da dívida pública brasileira.
Além disso, os investidores seguem de olho nas perspectivas para a economia brasileira, que tombará até 9,1%, segundo a nova estimativa do FMI.
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Temor pela segunda onda
O avanço da pandemia em alguns dos maiores estados dos EUA — como Arizona e Texas — deixam os investidores em alerta. Os funcionários da Disney (NYSE: DIS) convenceram a direção da empresa a adiar os planos de reabertura na Califórnia e Orlando, locais onde a doença tem avançado.
Já a Apple (NASDAQ: AAPL) divulgou, na última quarta, que fechará mais lojas no Texas após um forte crescimento dos casos do vírus. “Parece um alerta de que a saída do bloqueio não será fácil”, afirmou Hugh Gimber, estrategista da J.P. Morgan Asset Management, em entrevista ao “The Wall Street Journal” nesta quinta-feira. Na última quarta, os EUA bateram seu recorde de casos diários.
Até às 8h desta quinta, o Brasil havia registrado 53.895 mortes pela pandemia, com 1,193 milhão de casos confirmados. Nas últimas 24 horas, foram registradas 1.103 novas mortes.
O medo do avanço da pandemia que assola o mundo preocupa os investidores, que procuram ativos livres de risco ou menos arriscados, como os títulos públicos norte-americanos e o dólar. A moeda estadunidense tem apresentado forte valorização frente às moedas emergentes.
Não há risco de calote do Tesouro, diz Mansueto
O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, afirmou na última quarta que não há possibilidade de um calote da dívida pública do Brasil.
O economista descartou o risco, em live promovida pela canal de finanças pessoais “Me Poupe!” e salientou que o investimento mais seguro do País é aquele que tem garantia do Tesouro Nacional.
“Eu não vejo risco disso porque a dívida do Tesouro tem uma garantia tão grande que, na verdade, a gente garante a dívida de outros Estados brasileiros, dos município brasileiros, e garante a dívida de várias empresas estatais”, disse o secretário quando questionado sobre o risco de investidores em títulos públicos sofrerem calote.
Segundo o FMI, a dívia bruta do Brasil deverá ultrapassar 103% do Produto Interno Bruto (PIB) nesta ano.
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“Muitos investidores de fora só emprestam para um Estado, no Brasil, só emprestam para uma estatal, se tiver a garantia do Tesouro. Então eu diria que o investimento mais seguro neste país é o que está a garantia do Tesouro”, garantiu Mansueto.
Pessimismo com o PIB
De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o PIB do Brasil cairá 9,1% devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19). O relatório da instituição com suas novas estimativas foi divulgado na última quarta.
Na projeção anterior, apresentada em no mês passado, o FMI estimava que o PIB brasileiro cairia 5,3% neste ano. Caso a atual projeção se confirme, essa será a recessão mais profunda da economia do País nos últimos 120 anos.
A queda mais próxima da estimativa do FMI ocorreu em 1990, quando o PIB recuou 4,4%. A expectativa da instituição internacional também é mais pessimista que os profissionais do mercado financeiro, que passaram a projetar um tombo de 6,5%, segundo o Boletim Focus divulgado na última segunda-feira (22).
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Para economias avançadas, como da Espanha (-12,8%), Itália (-12,8%) e França (-12,5%), a média da queda da economia será de 8%. Nos mercados emergentes, no entanto, o recuo será de 3%.
Segundo o economista-chefe do FMI, “a pandemia levou as economias para um grande lockdown, o que ajudou conter o vírus e salvar vidas, mas também desencadeou a pior recessão desde a Grande Depressão“.
Última cotação do dólar
Na sessão da última quarta-feira, o dólar encerrou o pregão em alta de 3,328%, negociado a R$ 5,3246 na venda.