O dólar abre em alta nesta segunda-feira (20) após a cotação do petróleo apresentar uma forte queda nos mercados internacionais.
Por volta das 9h49, o dólar variava positivamente a 0,619%, sendo negociado a R$ 5,2683. De acordo com a CNN, os investidores de todo o mundo perceberam que os cortes de 9,7 milhões de barris diários, anunciados na última semana pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados, será pouco em comparação com o impacto na demanda pela commodity.
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Além disso, o mercado segue de olho nos desdobramentos do Covid-19 em todo o planeta. Os casos confirmados da doença apenas nos Estados Unidos beiram um milhão, e faz com que as economias de todo o planeta desabem.
Queda do petróleo
A cotação do petróleo despenca mais de 30% nesta segunda-feira operando no menor nível em 21 anos.
Por volta das 8h40, o petróleo WTI para maio registrou uma queda de 31,09%, sendo negociado a US$ 12,59 (R$ 66,54). Por sua vez, o contrato Brent com vencimento para junho sofria uma desvalorização de 4,49%, cotado a US$ 26,82 (R$ 141,74).
A queda, segundo especialistas, possui várias razões. Dentre elas, os bloqueios e restrições das viagens em todo o mundo que impacta na demanda pela commodity, já que refere-se ao combustível dos meios de transporte.
Segundo a previsão da Agência Internacional de Emergia (AIE), em seu relatório divulgado na última quarta-feira (15), a demanda mundial de petróleo deverá desabar 30% apenas em abril.
Coronavírus
Segundo o presidente norte-americano Donald Trump, no último sábado (18), a China sofreria consequências se fosse “conscientemente responsável” pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19). A doença já atingiu 2,4 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo mais de 735 mil nos Estados Unidos.
“Nosso relacionamento com a China foi bom até que eles fizeram isso”, disse Trump. “A pergunta foi feita: ‘você ficaria com raiva da China?’ Bem, a resposta pode muito bem ser um retumbante sim, mas depende: foi um erro que saiu do controle ou foi feito deliberadamente?”. O presidente salienta que “há uma grande diferença entre os dois”.
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O presidente estadunidense afirmou, na última semana, que paralisou o financiamento do país para a Organização Mundial da Saúde (OMS), acusando a agência da entidade de aceitar reivindicações chinesas sobre a pandemia “pelo valor de face”.
Previsões do Focus
Os especialistas do mercado financeiro, responsáveis pela elaboração do Boletim Focus, cortaram a previsão do Produto Interno Bruto (PIB) e taxa básica de juros (Selic) de 2020 novamente.
Na divulgação desta segunda-feira (20), a estimativa é de uma recessão na economia brasileira, com uma queda de 2,96%. Na semana passada a previsão era de -1,96%. Por sua vez, a Selic caiu para 3%, ante 3,25%.
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Na primeira elaboração do Boletim Focus deste ano, os economistas previam um crescimento de 2,30% no PIB. Devido aos impactos econômicos da pandemia do coronavírus, essa é a décima semana consecutiva em que a previsão da atividade econômica brasileira é reduzida.
Para o ano que vem, no entanto, os principais analistas do mercado financeiro estimam que a economia irá crescer 3,10%.
Última cotação do dólar
Na última sessão, sexta-feira, o dólar encerrou em queda de 0,392%, cotado a R$ 5,2359 na venda.