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Dólar cai com Copom, Campos Neto e balança comercial da China em foco

Dólar - Foto: iStock

Dólar - Foto: iStock

O dólar começou esta terça-feira (7) em alta, atingindo R$ 4,9087 (+0,43%) no mercado à vista, refletindo a tendência da moeda norte-americana no cenário internacional. Contudo, o dólar dos Estados Unidos passou a cair, atingindo uma mínima de R$ 4,8692 (-0,38%), em resposta à possível entrada de fluxos comerciais após dados mistos da balança comercial da China em outubro.

No mês, a China apresentou um inesperado aumento das importações que favorece os exportadores brasileiros de produtos básicos que estão atuando na venda no mercado, enquanto as exportações chinesas decepcionaram.

Brasil: Copom e Campos Neto

Os investidores ajustam posições em meio à leitura da ata do Copom da semana passada, comentários do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e na esteira da queda dos retornos dos Treasuries. A inversão do dólar à vista para o terreno negativo há pouco traz pressão à curva de juros futuros.

Para o economista da ASA Investments, Leonardo Costa, a ata da reunião de novembro do Comitê de Política Monetária (Copom) veio neutra em relação ao tom do comunicado da semana passada. A ASA segue projetando um novo corte de 0,50 ponto porcentual na Selic na reunião de dezembro, com o juro básico encerrando 2023 em 11,75%. Para 2024, a projeção da casa também se manteve, com a Selic terminando o ano em 9,5%. “A ata segue indicando cortes (no plural) de 0,50 ponto nas próximas reuniões”, escreve Costa em nota.

O economista da Terra Investimentos, Maurício Rosal, destaca que o cenário fiscal, expectativas de inflação desancoradas e mercado de trabalho foram os pontos mais duros da ata.

De acordo com o documento do Copom, o quadro externo tem se mostrado “mais volátil e adverso”. “O Comitê percebe a necessidade de se manter uma política monetária ainda contracionista pelo horizonte relevante para que se consolide a convergência da inflação para a meta e a ancoragem das expectativas”, informou.

Apesar de ter pontuado que o cenário doméstico vem se encaminhando em linha com o esperado, a cúpula do BC destacou que as expectativas para a inflação de longo prazo seguiram desancoradas.

Para a inflação, a projeção na ata para o IPCA de 2024, horizonte prioritário do BC para o cumprimento da meta de inflação, está em 3,6% no cenário de referência. A estimativa, que já havia sido informada no comunicado da semana passada, é levemente superior aos 3,5% estimados no Copom anterior, em setembro, e segue acima do centro da meta de 3,0%.

Em evento da Bradesco Asset, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que conflitos internacionais, como o de Israel e o da guerra da Ucrânia, fazem os preços do petróleo terem incerteza adicional, ou seja, as commodities não vão contribuir muito para a queda da inflação no mundo. “Não dá para concluir que desinflação global virá das commodities também”, afirmou Campos Neto. Já do lado das empresas, é difícil imaginar redução de custos com tudo que está acontecendo na economia mundial. Sobre a economia americana, Campos Neto ressaltou que o mercado de trabalho ainda está aquecido, um indicador importante da resistência da inflação a cair mais.

Outro fator é a poupança, que tem sido variável importante do consumo para a resistência da atividade nos Estados Unidos. “Grupo da população acumulou riqueza e está consumindo, trazendo dificuldade para a desinflação.”

Reforma tributária, LDO e cotação do dólar nesta terça-feira (7)

O relator da reforma tributária, o senador Eduardo Braga (MDB-AM), divulgou a complementação de voto com novas emendas acatadas ao seu parecer, que será votado hoje na Comissão de Constituição e Justiça. Também está prevista votação pela Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso do relatório preliminar da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024.

O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues, disse que o governo confia no relatório da LDO e que o Executivo não enviará uma mensagem para modificar a meta fiscal na proposta. A meta fiscal na LDO de 2024 se tornou um dos principais assuntos da política e da economia depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva dizer em público que o objetivo não precisaria ser o de déficit zero, o que é defendido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Às 9h34, a cotação do dólar à vista caía 0,36%, a R$ 4,8697. O dólar para dezembro recuava 0,36%, a R$ 4,8830.

Com informações de Estadão Conteúdo.

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