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Dólar vai continuar subindo? 3 motivos que contribuíram para a alta

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Dólar (USD) - Foto: iStock

A alta do dólar está no radar dos investidores brasileiros neste ano. No acumulado de 2024, a moeda norte-americana já registra uma variação positiva de mais de 15% diante do real, com base na cotação de fechamento da última quarta-feira (6).

A forte variação positiva do dólar diante da divisa brasileira se intensificou nas últimas semanas. Na primeira sessão de novembro, amoeda norte-americana encerrou as negociações a R$ 5,8699, maior patamar desde maio de 2020, no auge da pandemia de Covid-19.

Além disso, as preocupações dos investidores são reforçadas pelos avanços constantes das projeções. No Boletim Focus da última segunda-feira (4), a mediana das estimativas para a cotação do dólar no fim de 2024 subiu pela terceira semana seguida, passando de R$ 5,45 para R$ 5,50. Um mês antes, era de R$ 5,40.

Em meio a este contexto, algumas perguntas ganham espaço, como: “por que o dólar está subindo?” e “o dólar vai continuar subindo?”. A seguir, confira as análises de especialistas.

Por que o dólar está subindo?

Eleições nos EUA

Um dos principais motivos que tem contribuído para a forte alta do dólar nas últimas semanas é o cenário eleitoral norte-americano. De acordo com Idean Alves, planejador financeiro e especialista em mercado de capitais, antes mesmo da confirmação da vitória do candidato republicano Donald Trump, o mercado já precificava a decisão.

“O movimento conhecido como Trump trade já vinha acontecendo nas últimas semanas. Com a expectativa da vitória do Trump, e com a confirmação da vitória do ex-presidente dos EUA, ocorreu uma valorização muito forte não só no Real, mas sobre as principais moedas do mundo, com o fechamento da economia americana e um governo mais expansionista, devemos ter um dólar cada vez mais forte, o que deve pressionar a inflação e os juros no Brasil”, explica Alves.

Política monetária

Além das projeções envolvendo as eleições no país norte-americano, as decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos também contribuem para o cenário de volatilidade do mercado e impactam na cotação da moeda. 

As expectativas do mercado apontam para um novo corte de juros de 0,25 ponto percentual pelo Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano, que deve ocorrer nesta quinta-feira (7). No entanto, apesar da expectativa de queda dos juros na reunião de hoje, os juros futuros, que representam as expectativas do mercado, também dispararam após o anúncio da vitória de Trump.  

De acordo com Josenito Oliveira, economista e professor da Unit, a política protecionista do republicano pode contribuir para a alta dos juros no país, visto que as medidas podem pressionar a inflação e exigir uma política monetária mais agressiva. 

“Isso vai fazer com que o banco central norte-americano eleve os juros para valorizar, inclusive, os títulos americanos. Esses títulos são aplicados em dólar. Então, precisa de mais dólar. Com isso, há um aumento no dólar por conta dessa expectativa de uma política protecionista do presidente eleito Donald Trump”, explica ele.

Cenário fiscal brasileiro

As preocupações com a política fiscal brasileira também tem pressionado a cotação do dólar neste ano. Isso porque os investidores aguardam medidas por parte do governo federal atreladas à contenção de gastos. “Se não fizermos o dever de casa com ajuste fiscal e deixando a nossa economia mais atrativa, vamos ficar mais pobres em dólar no decorrer do tempo”, avalia Alves.

O dólar vai continuar em alta?

De acordo com os especialistas, os próximos passos da política econômica norte-americana, além dos desdobramentos do cenário fiscal brasileiro, vão seguir influenciando a cotação da divisa estadunidense em relação ao real.

No entanto, para o especialista em mercado de capitais, é possível esperar que o dólar siga em alta no curto prazo. “Uma placa tectônica do mercado se moveu, e sem expectativa de voltar no curto prazo, um dólar acima de R$ 6,00 que antes era tido como delírio e até improvável, agora pode passar a ser um novo normal”, finaliza ele.

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