Num dia de alívio no mercado internacional, o dólar caiu abaixo de R$ 5,20. A bolsa de valores subiu pela segunda vez consecutiva.
O dólar comercial encerrou esta sexta-feira (19) vendido a R$ 5,199, com recuo de R$ 0,044 (-0,96%). A cotação iniciou o dia em alta, chegando a R$ 5,27 pouco depois das 9h, ainda sob a tensão dos ataques israelenses a instalações militares iranianas. Após a abertura dos mercados norte-americanos, no entanto, a moeda inverteu o movimento. Na mínima do dia, por volta das 15h30, chegou a R$ 5,18.
Apesar do recuo desta sexta, o dólar fechou a semana com alta de 1,53%. A divisa acumula valorização de 3,67% em abril e de 7,13% em 2024. Há uma crescente preocupação com as contas públicas brasileiras, aquecimento da economia americana além do esperado e as tensões no Oriente Médio, que pressionam a cotação do petróleo.
A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) apresentada pelo governo nesta semana trouxe preocupação, já que para manter as metas fiscais com o aumento das despesas há uma dependência de um resultado excepcional de arrecadação. Além disso, há temores sobre até onde podem ir as alterações no arcabouço fiscal aprovado em 2023.
Analistas e economistas já começam a revisar para cima a projeção para a Selic ao fim do ano. O temor é que o risco fiscal leve o Banco Central a reduzir o ritmo do corte nos juros.
No mercado de ações, o dia também foi marcado pelo alívio. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 125.124 pontos, com alta de 0,75%. Mesmo com as altas de ontem (18) e de hoje, o indicador caiu 0,65% na semana.
Dólar: cenário externo pressiona
No mercado externo, o dólar passou a cair num momento de ajuste internacional, em que investidores aproveitam ganhos recentes para venderem a moeda e embolsarem os lucros. O esvaziamento das tensões no Oriente Médio, após a constatação de que o ataque feito por Israel no meio da semana provocou danos mínimos à infraestrutura iraniana, ajudou a amenizar o clima no cenário global.
Nas últimas semanas, a divulgação de dados que mostram o aquecimento da economia norte-americana tem provocado tensões no mercado. No entanto, a ausência de novos indicadores econômicos nos Estados Unidos ajudou a dissipar a turbulência nesta sexta-feira e segurar o dólar.
* com informações da Reuters
Com Agência Brasil