Após uma disparada acima dos R$ 5,20, o dólar tornou a cair na sexta-feira (19) vendido a R$ 5,199, com recuo de R$ 0,044 (-0,96%).
Mesmo com a queda, o dólar americano fechou a semana com alta de 1,53%. A divisa acumula valorização de 3,67% em abril e de 7,13% em 2024.
“No encerramento da semana passada, a apreensão em torno de uma possível escalada de tensões no Oriente Médio agitou os mercados do petróleo e do dólar, gerando uma corrida global por proteção”, relembra Diego Costa, head de câmbio no Norte e Nordeste da B&T Câmbio.
Neste ritmo, ativos como o ouro, considerado um porto seguro em momentos de incerteza, renovou sua máxima na sexta-feira anterior (12).
Costa também aponta que as incertezas sobre uma possível resposta à ofensiva no Oriente Médio do dia 13 de abril impactaram os preços das commodities, elevando a tensão sobre a inflação e as perspectivas de juros globalmente.
Embora os dados do PIB chinês tenham alimentado esperanças, o analista aponta que a alta do dólar se perpetuou enquanto o real brasileiro caía.
A divisa, assim como outras moedas de mercados emergentes, sofre sem uma definição mais clara sobre os rumos geopolíticos e fiscais do Brasil. Nesse ritmo, o dólar bateu seu recorde em mais de um ano.
Dólar: destaques da semana
Na quinta-feira (18), Raphael Bostic, do Fed, trouxe um discurso mais duro sobre política monetária, afirmando que a autoridade monetária não precisa ter pressa para iniciar o ciclo de corte nos juros. Além disso, na visão dele, a faixa atual entre 5,25% e 5,50% pode ser mantida até o final do ano.
Anderson Silva, head de renda variável e sócio da GT Capital, afirma que a alta da semana no dólar segue refletindo a expressiva saída de capital estrangeiro do Brasil, devido às incertezas sobre a economia doméstica.
“Vemos um movimento geral de valorização do dólar frente às moedas dos países emergentes, também influenciada pelas possibilidade de manutenção por mais tempo da alta taxa de juros nos EUA”, comenta Silva.
“No meu ponto de vista, o dólar encontrou uma nova região de preço para as próximas semanas que é entre R$5,00 e 5,20,” diz Anderson Silva, da GT Capital.
Costa ainda reforça que apesar da tensão com os preços do petróleo na sexta-feira (19), em alta de mais de 4% e temores de escalada do conflito, a moeda norte-americana encontrou alívio, fechando o dia em queda.
“Reforçamos para os nossos clientes sobre o momento oportuno para vender moeda estrangeira nos últimos dias, pois o fortalecimento do dólar está mais ligado aos riscos de conflitos do que a uma deterioração econômica global”, conta Costa.
Além disso, o head de câmbio comenta que o governo deverá buscar negociações com o Congresso para promover uma pauta fiscal, e a probabilidade de uma correção no câmbio é maior do que uma nova alta expressiva, com o dólar se aproximando da faixa entre R$ 5,10 e R$ 5,20.
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